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A demissão de Nísia Trindade e os riscos da lógica política sobre a técnica

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 26 de fev.
  • 1 min de leitura

A saída de Nísia Trindade do Ministério da Saúde expõe um problema recorrente na política brasileira: a priorização da articulação política em detrimento da continuidade técnica. Servidora de carreira da Fiocruz, Nísia teve um papel fundamental na reconstrução do SUS após os desmontes da gestão anterior, garantindo avanços na vacinação e no fortalecimento do complexo industrial da saúde. Sua demissão, portanto, não parece motivada por falta de competência, mas sim por pressões políticas.


A escolha de Alexandre Padilha, um nome de peso no PT e experiente na área, indica que Lula busca reforçar o ministério como peça-chave na negociação com o Congresso. No entanto, essa troca gera um efeito colateral preocupante: a desvalorização de quadros técnicos em um setor que deveria estar blindado de disputas políticas.


Se a mudança se justificar por um realinhamento estratégico e resultar em melhorias concretas para a saúde pública, poderá ser vista como uma decisão acertada. Mas se for apenas um movimento para acomodar interesses políticos, o governo corre o risco de enfraquecer sua própria credibilidade. A saúde pública precisa de estabilidade e planejamento de longo prazo, não de trocas motivadas pelo jogo de poder.



 
 
 

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