A Disputa Interna no PT: O Conflito pelo Controle da Presidência
- Marcus Modesto
- 10 de mar.
- 2 min de leitura
A disputa interna pela presidência do PT ganhou contornos dramáticos, com a resistência do grupo ligado à presidente Gleisi Hoffmann sendo confrontada pelos aliados de Edinho Silva, que intensificaram a formalização de sua candidatura, programada para ser registrada nos próximos dias. A reunião na residência da futura ministra das Relações Institucionais, na última quinta-feira, simboliza um momento chave desse confronto, onde petistas contrários a Edinho tentaram influenciar Lula, que é favorável à sua candidatura.
Durante o encontro, a oposição a Edinho buscou desqualificar sua candidatura, apresentando argumentos sobre sua falta de viabilidade nas eleições internas de julho, ao mesmo tempo em que sugeriram alternativas. Apesar do apoio explícito de Lula, o ex-presidente não se posicionou abertamente. Esse movimento enfraqueceu qualquer possibilidade de unidade na corrente Construindo o Novo Brasil (CNB), que inclui figuras como Gleisi Hoffmann, Washington Quaquá e Jilmar Tatto, todos contrários a Edinho.
Para contornar a resistência, os aliados de Edinho começaram a coletar assinaturas e a elaborar um manifesto, posicionando-o como uma liderança forte dentro do partido. Seu apoio vem de figuras de peso como José Dirceu, Jaques Wagner, Wellington Dias, Alexandre Padilha e Fernando Haddad, além, claro, de Lula. A iminente formalização da candidatura de Edinho coloca um ponto final nas negociações para uma unidade dentro da CNB e sinaliza um período de intensificação da disputa.
Nos bastidores, o clima é de desconfiança, com aliados de Edinho sugerindo que Lula tenha caído em uma “armadilha” ao comparecer à reunião, que originalmente seria uma tentativa de pacificação, mas acabou sendo um ataque direto à candidatura de Edinho. As críticas à sua presença em um almoço com Marta Suplicy e Antonio Palocci se somam às tensões internas, e Edinho justificou a participação alegando que a lista de convidados foi definida por Marta.
O clima, portanto, é de ruptura, com uma batalha interna que parece cada vez mais irreconciliável. O movimento de Edinho, apoiado por sua base, mostra que a unidade do PT está em risco, e as negociações para uma solução consensual parecem não ter mais espaço. As palavras de um petista próximo a Edinho resumem a tensão: “O que aconteceu nos últimos dias inviabilizou qualquer chance de unidade. Agora é debate aberto com a militância sobre aqueles que se agarram aos cargos com uma sede de poder inexplicável. Não há mais como adiar.”

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