A Política da Fama: A Ascensão de Celebridades Sem Compromisso com o País
- Marcus Modesto
- 14 de fev.
- 2 min de leitura
Política:
A política brasileira, cada vez mais permeada por figuras públicas da música e do entretenimento, parece estar abrindo portas para artistas de diversos segmentos, como se sua fama fosse sinônimo de competência e capacidade de gestão. Recentemente, o PRTB, partido de Pablo Marçal, anunciou interesse em lançar Wesley Safadão como candidato ao Senado pelo Ceará em 2026. A justificativa apresentada pelo presidente nacional da sigla, Leonardo Avalanche, é que o cantor não só é um artista de sucesso, mas também um empresário com ações sociais. A ideia de “deixar um legado para as próximas gerações” soa mais como uma estratégia política do que um compromisso genuíno com o futuro do país.
No entanto, a história de Wesley Safadão, ligada diretamente à sua mãe, Maria Valmira Silva de Oliveira, conhecida como Dona Bill, levanta sérias questões. Dona Bill, eleita vice-prefeita de Aracoiaba, foi cassada em 2016 por abuso de poder econômico e político, após ser acusada de utilizar recursos públicos em benefício próprio. A inelegibilidade de oito anos e a renúncia de seu cargo para se “dedicar à carreira do filho” deixam claro que os caminhos dessa família são marcados por polêmicas e práticas duvidosas.
Mas o que é mais alarmante é o crescente movimento de celebridades se lançando na política, como o caso de Gusttavo Lima, que também anunciou interesse em disputar a presidência da República em 2026. Sua popularidade nas pesquisas de intenção de voto, superando até políticos de peso, é um reflexo da banalização da política no Brasil, onde a celebridade parece ser mais importante que a experiência e a competência para governar.
O que vemos aqui é uma verdadeira apropriação da política por parte de figuras que não possuem a formação ou a vivência necessárias para lidar com os complexos problemas que o país enfrenta. Em vez de se engajar de maneira responsável em projetos sociais, os artistas estão sendo usados como marionetes em um jogo de poder, atraindo eleitores pela visibilidade, mas sem propostas claras e sólidas para o futuro. O Brasil merece mais do que isso – merece políticos que compreendam os desafios do país e não apenas aproveitem suas imagens para garantir vantagens pessoais.

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