Advogado de Bolsonaro Pede Anulação da Delação de Mauro Cid e Questiona Condução do STF

O advogado de Jair Bolsonaro, Celso Vilardi, afirmou que pedirá a anulação da delação premiada do ex-ajudante de ordens do ex-presidente, tenente-coronel Mauro Cid. A declaração foi dada ao programa Estúdio I, da GloboNews, e publicada na coluna de Andréia Sadi, no portal G1.

Questionado sobre a possibilidade do pedido, Vilardi confirmou: “Evidentemente que sim”. Ele criticou a condução do processo, alegando que há irregularidades na forma como as delações foram obtidas. “O surpreendente é que eu tenha que pedir a anulação. Nós estamos tratando de um processo de golpe de Estado que seria um golpe no Estado democrático”, disse.

Parte das informações da delação de Cid embasaram a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro, envolvendo a tentativa de golpe em 2022. Recentemente, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tornou públicas as gravações dos depoimentos.

Vilardi também questionou a atuação do ministro Moraes, sugerindo que houve pressão sobre Cid para obter as informações: “O ministro marcou uma audiência para salvar a delação. Pode isso? O juiz pode dizer ao colaborador que, se ele não falar a verdade, perderá a imunidade para familiares?”.

O advogado comparou o caso com a Operação Lava Jato, que resultou em condenações posteriormente anuladas, incluindo as do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Cadê os juristas e advogados que criticaram a Lava Jato? Qual recado passamos ao país ao admitir uma delação assim?”, questionou.

Julgamento no plenário do STF

Vilardi também pretende pedir que o julgamento de Bolsonaro ocorra no plenário do Supremo, e não em uma de suas turmas. Segundo ele, a defesa demonstrará que o ex-presidente não participou diretamente dos atos golpistas. “Existe uma norma constitucional para o julgamento de presidentes da República”, afirmou.

Denúncia da PGR

Na terça-feira (18), a PGR apresentou uma denúncia formal contra Bolsonaro e 34 aliados, acusando-os de tentativa de golpe de Estado. A denúncia afirma que o ex-presidente liderou uma organização criminosa com o objetivo de minar a democracia e instaurar um projeto autoritário de poder.