top of page
Buscar

Apreensão de fuzis no Rio bate recorde e escancara falha no controle de armas

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 1 de abr.
  • 2 min de leitura

O estado do Rio de Janeiro registrou, em 2024, a maior apreensão de fuzis desde 2007: 732 unidades retiradas das mãos do crime organizado, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP). O número alarmante evidencia uma falha sistêmica no controle da circulação de armamentos pesados, especialmente de origem estrangeira. O próprio governador Cláudio Castro (PL) reconheceu o problema e afirmou que 90% desses fuzis vieram dos Estados Unidos, destacando a necessidade de um controle mais rígido sobre a comercialização internacional de armas.


As palavras do governador, proferidas na abertura da LAAD Defence & Security, maior feira de segurança da América Latina, soam como uma tentativa de responsabilizar terceiros, sem abordar com profundidade a ineficiência das políticas públicas locais no combate ao tráfico de armas. O Rio de Janeiro segue como o principal destino de fuzis no Brasil, enquanto estados como o Ceará, citado por Castro, tiveram números muito inferiores — 78 apreensões no mesmo período. A questão central, porém, não é apenas a origem das armas, mas sim a incapacidade do poder público de impedir sua entrada no país e sua distribuição para facções criminosas.


Desde o início da série histórica, em 2007, já foram apreendidos mais de 6.600 fuzis no estado, uma estatística que escancara a permanência e a expansão desse arsenal nas mãos do crime. Enquanto o governador cobra compromisso da indústria armamentista na rastreabilidade dos produtos, o problema real segue sem solução: a fragilidade das fronteiras, a corrupção nos órgãos de fiscalização e a falta de uma política nacional efetiva para impedir que esses armamentos cheguem ao Rio de Janeiro.


A crescente militarização das facções criminosas é um reflexo direto da negligência estatal. Se o governo quer realmente reverter esse cenário, precisa ir além do discurso e investir em ações concretas, como o fortalecimento da inteligência policial, o combate à lavagem de dinheiro do tráfico e a punição de agentes corruptos que facilitam a entrada de armamentos no Brasil. Caso contrário, o ciclo de apreensões recordes continuará, sem que a violência armada no estado diminua de fato.




 
 
 

コメント


bottom of page