Assassinato de Danny Rocha expõe violência e vulnerabilidade de pessoas trans no Rio
- Marcus Modesto
- 6 de mai.
- 2 min de leitura
_Deputada Dani Balbi cobra investigação rigorosa e reforça compromisso com justiça para a população trans_
A brutal morte de Dannelly Rocha, mulher trans, ativista e cozinheira da CasaNem — centro de acolhimento para pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade no Rio de Janeiro —, escancarou mais uma vez a realidade de insegurança, abandono e violência enfrentada por travestis e mulheres trans no Brasil. Danny, de 38 anos, foi assassinada na madrugada da última sexta-feira (2), em sua residência, na Lapa, após ser vista entrando acompanhada de um homem ainda não identificado. Poucas horas depois, o corpo foi encontrado sem vida.
A deputada estadual Dani Balbi (PCdoB/RJ), primeira mulher trans eleita para o cargo no estado, se pronunciou com veemência sobre o caso. Em suas redes sociais e em declaração pública, Balbi exigiu respostas imediatas das autoridades e classificou o crime como um sintoma da negligência estrutural do Estado.
"É inaceitável. É revoltante. E é urgente. Queremos saber quem foi o responsável. Cada mulher trans ou travesti assassinada representa uma falha do Estado e um silêncio cúmplice da sociedade.
Estou acompanhando o caso de perto e estaremos de olho nas investigações. Estamos entrando em contato com Ministério Público e com a Secretaria de Segurança Pública para dar celeridade ao caso. Meu mandato está junto da família e dos amigos para o que for necessário.
Que Danny descanse em paz. Que nosso luto se transforme em justiça”, escreveu a parlamentar.
Dani Balbi afirmou que vai acompanhar o caso de perto, prestar apoio à família e cobrar uma apuração rigorosa por parte da Polícia Civil e do Ministério Público. Também sinalizou que levará o caso às comissões de Direitos Humanos e de Segurança Pública da Alerj.
Imagens de câmeras de segurança revelam que o suspeito saiu do local com comportamento evasivo e possivelmente levou o celular de Danny. Amigos próximos relataram o estrondo de um impacto contra a porta do imóvel, seguido da fuga do homem. A movimentação foi registrada por câmeras de uma borracharia vizinha.
O corpo da ativista ainda aguarda liberação do Instituto Médico Legal (IML).
Brasil segue sendo o país que mais mata pessoas trans
De acordo com a ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), 122 pessoas trans foram assassinadas no Brasil em 2024, sendo cinco delas defensoras de direitos humanos. Embora o número represente queda em relação ao ano anterior, o país permanece como o mais perigoso do mundo para essa população. A expectativa de vida de uma pessoa trans no Brasil segue abaixo dos 40 anos.

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