Ataque de pitbull em escola do Rio expõe falhas na segurança pública e no controle de animais
- Marcus Modesto
- 22 de mai.
- 2 min de leitura
O ataque de um pitbull a seis estudantes da Escola Municipal Liberdade, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (22), não é apenas um episódio isolado. É, sobretudo, o retrato de uma cidade que falha — e muito — na proteção dos seus cidadãos, especialmente das crianças.
É inadmissível que um animal de grande porte, conhecido pelo potencial de causar ferimentos graves, consiga invadir uma unidade escolar durante o horário de recreio e ataque alunos sem qualquer barreira de proteção. Onde estava a segurança? Que tipo de controle existe, de fato, no entorno das escolas públicas do Rio?
As autoridades, como sempre, surgem depois do problema. O secretário de Proteção e Defesa dos Animais, Luiz Ramos Filho, até apareceu para dar declarações, falar em castração, vacinação, microchip e, claro, fazer aquele discurso de apelo contra o abandono. Corretíssimo. Mas isso resolve o problema de agora? E os ataques que poderiam ter sido evitados com políticas públicas mais eficientes, fiscalização ativa e, principalmente, planejamento urbano e social mais responsável?
Não é de hoje que a cidade convive com o aumento absurdo de animais abandonados — reflexo direto da negligência do poder público e também da falta de consciência de parte da população. Só que quando o problema transborda para dentro das escolas e coloca em risco vidas inocentes, não há desculpa que baste.
Os pais, apavorados, cobram — com toda razão — medidas concretas. Não dá mais para conviver com escolas cercadas de problemas que vão muito além do pedagógico: insegurança, falta de infraestrutura, ausência de vigilância eficiente e agora até ataques de animais.
Enquanto a Prefeitura apura “as circunstâncias” da entrada do cachorro, resta a pergunta que se repete em quase todos os episódios de tragédia anunciada no Brasil: precisava acontecer?

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