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Bancada do RJ impulsiona CPI do INSS em meio a escândalo bilionário de descontos fraudulentos

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 30 de abr.
  • 2 min de leitura

A iniciativa para instalar a CPI do INSS na Câmara dos Deputados ganhou força com o apoio decisivo de parlamentares do Rio de Janeiro. Dos 185 deputados que assinaram o pedido — número superior às 171 assinaturas necessárias — 13 são do estado fluminense. A CPI surge no rastro da megaoperação deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União que revelou um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, com indícios de fraudes que podem ter movimentado até R$ 6,3 bilhões desde 2019.


A medida mais recente do governo federal, publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira, foi a suspensão imediata de todos os convênios entre o INSS e entidades de aposentados, sindicatos e associações que previam descontos automáticos nos benefícios. A decisão escancara o reconhecimento da gravidade do problema, mas também evidencia o abandono de critérios de controle e fiscalização que, por anos, permitiram que aposentados fossem saqueados sob o manto da legalidade.


A lista dos parlamentares do Rio que apoiaram a instalação da CPI é composta, majoritariamente, por nomes da base bolsonarista — incluindo Carlos Jordy, Delegado Ramagem, Helio Lopes, Pazuello, entre outros. Independentemente das motivações políticas, a ação conjunta da bancada fluminense representa um raro momento de alinhamento com os interesses do povo, especialmente os mais vulneráveis: idosos e pensionistas explorados por um sistema que deveria protegê-los.


É importante lembrar que o escândalo não surgiu do nada. O esquema foi tolerado ao longo de diferentes gestões, em um ambiente fértil para conluios entre dirigentes do INSS e entidades que se apresentavam como defensoras dos aposentados — mas que, segundo as investigações, serviam-se deles como fonte de lucro. Muitos beneficiários sequer sabiam que estavam associados a qualquer entidade, muito menos que estavam pagando por isso todos os meses.


A demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, é simbólica, mas não suficiente. O país precisa de respostas — e de responsabilizações claras. A CPI poderá lançar luz sobre os bastidores desse esquema, mas só terá efeito se for conduzida com seriedade e independência. Que não se transforme em mais um palco.


 
 
 

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