Banco Central eleva juros para 13,25% ao ano na primeira reunião sob comando de Galípolo
- Marcus Modesto
- 30 de jan.
- 2 min de leitura
Economia:
O Banco Central elevou nesta quarta-feira (30) a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 12,25% para 13,25% ao ano, um aumento de um ponto percentual. A decisão foi unânime entre os nove diretores do Comitê de Política Monetária (Copom).
Esse é o primeiro aumento da Selic desde que Gabriel Galípolo assumiu a presidência do Banco Central, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A alta já era amplamente esperada pelo mercado, após sinalizações feitas pelo próprio BC em dezembro do ano passado.
Em seu comunicado, o Copom indicou a possibilidade de nova alta de igual magnitude na próxima reunião, caso o cenário inflacionário permaneça desafiador.
“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião”, afirmou o comunicado.
Selic pode superar 15% em 2025
Com a inflação pressionando a economia, as projeções indicam que a Selic pode ultrapassar 15% ao ano em meados de 2025, o maior patamar em quase 20 anos.
A reunião desta quarta-feira também marcou a primeira vez em que os diretores indicados por Lula formaram maioria no colegiado do BC, o que consolidou uma nova composição na instituição.
Desde 2021, o Banco Central tem autonomia operacional, o que significa que seus diretores possuem mandato fixo e não podem ser demitidos pelo governo. Antes da posse de Galípolo, o presidente do BC era Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Lula e o PT sempre criticaram juros altos
Durante o governo Bolsonaro, a política de juros do Banco Central foi alvo de críticas constantes do PT e do próprio presidente Lula. O principal argumento era de que a Selic elevada freava o crescimento econômico, dificultando a geração de empregos e o aumento da renda.
Agora, com a nova diretoria assumindo a maior parte das cadeiras no BC, a expectativa é de que o governo tenha mais influência sobre a condução da política monetária nos próximos meses.

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