Barra Mansa: Consulta Pública para o Plano Plurianual da Cultura revela desafios e expectativas
- Marcus Modesto
- há 2 dias
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A Fundação Cultura de Barra Mansa lançou uma Consulta Pública para que a população participe da elaboração do Plano Plurianual (PPA) da Cultura 2026-2029. Na teoria, essa iniciativa abre espaço para que artistas, agentes culturais e cidadãos sugiram projetos e influenciem as políticas públicas culturais da cidade. No entanto, resta a dúvida sobre o quanto essa participação será efetivamente considerada e traduzida em ações concretas.
O PPA é, sem dúvida, um instrumento importante para definir prioridades e orientar os recursos públicos nos próximos anos. Mas é preciso ir além do discurso oficial que enfatiza a “importância da participação popular”. Na prática, consultas públicas e audiências muitas vezes servem apenas para cumprir formalidades burocráticas, enquanto decisões estratégicas e orçamentárias permanecem centralizadas e pouco transparentes.
Outro ponto que merece atenção é a promessa do presidente da Fundação Cultura, Alexandre Caneda, de que haverá crescimento dos investimentos com o reforço dos repasses do Ministério da Cultura via Política Nacional Aldir Blanc. A experiência recente demonstra que tais repasses são frequentemente insuficientes ou atrasados, comprometendo a execução de projetos e deixando artistas e produtores culturais em situação precária.
Além disso, é preciso questionar se as prioridades estabelecidas no PPA realmente refletem a diversidade cultural do município, contemplando desde manifestações tradicionais até as emergentes, e se há mecanismos claros para garantir fiscalização e avaliação dos resultados.
A Audiência Pública agendada para o dia 18 de junho, no CEI Saturnina de Carvalho e Vieira da Silva, pode ser uma oportunidade para uma discussão mais profunda e crítica. Contudo, isso depende da mobilização da sociedade civil e da abertura real do poder público para o diálogo e para a incorporação das demandas apresentadas.
Sem um compromisso verdadeiro com a transparência, a participação cidadã corre o risco de ser mais um ato simbólico do que um instrumento transformador da política cultural em Barra Mansa
Foto Marcus Modesto

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