Barra Mansa deve milhões ao SAAE de Volta Redonda e segue refém de um sistema falido
- Marcus Modesto
- 30 de jun.
- 2 min de leitura
Enquanto milhares de moradores da Região Leste de Barra Mansa convivem com torneiras secas, vazamentos e um abastecimento instável, a prefeitura acumula uma dívida de mais de R$ 6,2 milhõescom o SAAE de Volta Redonda — responsável por fornecer a água que o município não conseguiu, até hoje, garantir por conta própria.
Os números constam no Cadastro da Dívida Pública da Secretaria do Tesouro Nacional. São dois contratos assinados no início de 2024, que somam quase R$ 9 milhões. Mesmo assim, mais de 70% do valor ainda não foi pago. E o que a população recebe em troca? Promessas vazias, obras pontuais e uma estrutura que não se sustenta.
O mais grave é que essa situação não é nova, nem surpreendente. Há oito anos, Barra Mansa é comandada pelo mesmo grupo político que virou as costas para o saneamento básico. O atual prefeito, Luiz Furlani, embora eleito recentemente, fez parte da gestão anterior e hoje carrega o peso da continuidade. A troca de cadeiras não foi acompanhada de mudança de rumo.
Enquanto isso, bairros como Mangueira, Cajueiro, Nove de Abril , seguem totalmente dependentes do fornecimento de Volta Redonda. A cidade compra água, deve por ela — e mesmo assim não resolve o básico.
Não se trata apenas de dívida financeira. É uma dívida moral, administrativa e social com a população. É o retrato de um modelo de gestão que priorizou a aparência, ignorou a infraestrutura e agora transfere o problema para o futuro.
Até quando Barra Mansa vai se contentar em ser dependente? Até quando os gestores vão fingir que está tudo sob controle, enquanto falta o essencial na casa das pessoas?
A água que falta hoje é o resultado da omissão de ontem. E se nada mudar, o amanhã será ainda mais seco.


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