Barra Mansa enfrenta avanço da dengue sem transparência nos dados oficiais
- Marcus Modesto
- 7 de mai.
- 2 min de leitura
Enquanto a Secretaria de Saúde de Barra Mansa anuncia a realização do segundo Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) de 2025, moradores e profissionais de saúde seguem sem acesso a informações atualizadas sobre a real situação da dengue no município. A previsão, segundo a própria Pasta, é de que os resultados sejam divulgados na próxima semana. Até lá, a população permanece no escuro.
A omissão de dados é preocupante. A cidade está em meio a uma epidemia silenciosa, mas a prefeitura mantém uma postura distante da transparência. O último LIRAa, realizado em janeiro, apontou infestação em nível médio, o que já configura risco para transmissão da dengue, zika e chikungunya. Desde então, nenhuma atualização clara foi apresentada. Quantos casos suspeitos? Quantas confirmações? Há óbitos? Nenhuma dessas perguntas encontra resposta fácil nos canais oficiais da prefeitura.
A falta de divulgação frequente e detalhada dos relatórios da Vigilância em Saúde contraria o princípio básico da gestão pública em tempos de crise sanitária: a informação é uma arma essencial no combate às epidemias. A população precisa saber onde estão os focos, quais bairros concentram maior número de notificações e quais ações estão sendo feitas — e com qual resultado.
Ações como o “Bota Fora Dengue” e palestras em comunidades são válidas, mas sem um panorama claro da evolução da doença, tudo parece mais uma campanha genérica de conscientização do que uma resposta firme diante de uma emergência. A realidade é que, neste momento, não se sabe ao certo como está a dengue em Barra Mansa. E isso é, por si só, um sinal de alerta.
O mínimo que se espera da gestão municipal é o compromisso com a transparência e a comunicação direta com a população. A divulgação dos relatórios de infestação e das estatísticas semanais de casos deveria ser uma rotina, e não uma promessa vaga. Em tempos de crise, esconder os números não evita a tragédia — apenas a adia.
Se a prefeitura não agir com mais clareza e rapidez, o preço será pago nas unidades de saúde e, principalmente, nas casas das famílias mais vulneráveis. Informação salva vidas. O silêncio, não.
Foto Secom PMBM

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