Barroso rebate críticas da The Economist e defende atuação do STF e de Alexandre de Moraes
- Marcus Modesto
- 20 de abr.
- 2 min de leitura
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, reagiu neste domingo (20) às críticas publicadas pela revista britânica The Economist sobre o protagonismo da Corte brasileira e, em especial, do ministro Alexandre de Moraes. Em nota oficial divulgada pelo site do STF, Barroso afirmou que o Brasil “vive uma democracia plena, com Estado de Direito, freios e contrapesos e respeito aos direitos fundamentais”. A informação é do jornal O Globo.
A revista apontou que Moraes exerce um papel central no enfrentamento de ameaças às instituições democráticas, especialmente nas redes sociais, mas considerou que sua atuação seria excessivamente poderosa. Segundo o texto, poucos países têm magistrados com tamanha visibilidade. Moraes foi descrito como uma figura que “divide opiniões”, chamado de “superstar” e apelidado de “Xandão” — inclusive por críticos como Elon Musk, que chegou a compará-lo a “Darth Vader” e o acusou de agir como um “ditador tirânico”.
Barroso, no entanto, classificou a avaliação da revista como distorcida. “Essa narrativa corresponde mais à dos que tentaram o golpe de Estado do que à realidade brasileira”, afirmou o presidente do STF. Para ele, a atuação de Moraes não é isolada nem autoritária, mas institucional e respaldada pelo tribunal. “O ministro Alexandre de Moraes cumpre com empenho e coragem o seu papel, com o apoio do tribunal, e não individualmente”, disse.
Funcionamento do STF e decisões monocráticas
Um dos pontos de crítica da The Economist diz respeito às decisões monocráticas, prática comum no STF, que acumula um alto volume de processos e lida com uma Constituição extensa e complexa. A revista sugeriu que isso favoreceria um protagonismo judicial desmedido.
Barroso respondeu afirmando que decisões individuais são submetidas posteriormente às turmas ou ao plenário da Corte. Segundo ele, nas ações penais contra autoridades, por exemplo, o julgamento é feito pelas turmas, como prevê o regimento interno.
Em um recado direto, Barroso também abordou as críticas do ex-presidente Jair Bolsonaro ao tribunal. “Quase todos os ministros do tribunal já foram ofendidos pelo ex-presidente. Se a suposta animosidade em relação a ele pudesse ser um critério de suspeição, bastaria o réu atacar o tribunal para não poder ser julgado”, rebateu.
Sobre Elon Musk e a rede X
Barroso também comentou a polêmica envolvendo Elon Musk e a plataforma X (antigo Twitter), que teve atividades suspensas no Brasil. O ministro explicou que a suspensão foi motivada pela ausência de representação legal da empresa no país, e não por censura de conteúdo. “E assim que voltou a ter representante, foi restabelecido”, esclareceu.
Supremo busca preservar imagem institucional
A nota pública do presidente do STF é vista como uma resposta direta à crescente pressão internacional e ao questionamento, inclusive por lideranças globais, sobre os limites da atuação do Judiciário brasileiro. Barroso encerra reafirmando que o Supremo atua dentro das balizas constitucionais e continua sendo um dos pilares da democracia no Brasil.
A declaração reforça o esforço da Corte em defender sua legitimidade e integridade em um cenário de intensos ataques e polarização política.

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