Base de Lula assina em massa urgência para anistia de 8 de janeiro e expõe fragilidade do governo no Congresso
- Marcus Modesto
- 14 de abr.
- 2 min de leitura
Dos 264 deputados que apoiaram o requerimento, mais da metade são de partidos com ministérios no governo federal
O requerimento de urgência para acelerar a tramitação do projeto que propõe anistia a condenados e investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 contou com apoio expressivo de parlamentares da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com levantamento divulgado nesta segunda-feira (15) pelo colunista Igor Gadelha, do portal Metrópoles, dos 264 deputados que assinaram o pedido, 146 pertencem a partidos que atualmente ocupam ministérios no governo.
A proposta foi protocolada pelo líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), e visa permitir que o projeto avance diretamente ao plenário, sem passar pelas comissões temáticas da Casa. A articulação representou um novo teste de fidelidade da base governista, revelando divisões internas em meio à fragilidade da articulação política do Planalto.
Entre os partidos governistas, o destaque é o Progressistas (PP), que comanda o Ministério do Esporte. Dos 48 deputados da bancada, 35 assinaram o requerimento — um índice de 72,9%, o maior entre as siglas com ministérios. O União Brasil, que controla as pastas do Turismo, Comunicações e Integração Nacional, aparece em seguida, com 67,8% de sua bancada aderindo ao pedido.
Outros partidos que integram o governo, como MDB, PSD e Republicanos, também figuram na lista. Juntas, essas cinco legendas respondem por mais da metade das assinaturas colhidas.
“A pressão do governo para retirar nomes foi grande, mas nós antecipamos a estratégia. Agora, está público e registrado”, declarou Sóstenes Cavalcante, após a formalização do pedido.
A movimentação pegou o Palácio do Planalto de surpresa e acendeu um alerta vermelho na coordenação política. Assessores e interlocutores de Lula avaliam que a oposição conseguiu mobilizar setores insatisfeitos ou independentes dentro das bancadas aliadas, expondo a dificuldade do governo em manter coesão interna.
Com o requerimento protocolado, a decisão sobre a inclusão do tema na pauta do plenário cabe agora ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), outro nome de partido que compõe a base do governo. A adesão expressiva, no entanto, pressiona para que a votação ocorra em breve.

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