Braga Netto Completa 40 Dias de Prisão Preventiva Sem Depoimento sobre Tentativa de Golpe
- Marcus Modesto
- 26 de jan.
- 2 min de leitura
Política:
O general da reserva e ex-ministro da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro, Walter de Souza Braga Netto, completou 40 dias de prisão preventiva nesta semana sem ser chamado para depor à Polícia Federal (PF) sobre a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Ele foi preso preventivamente no dia 14 de dezembro de 2024 por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e é o primeiro oficial de quatro estrelas a ser detido no Brasil.
A investigação da PF aponta que Braga Netto teria tentado obstruir as apurações sobre o golpe ao buscar informações sobre uma possível delação premiada do ex-assessor de Bolsonaro, Mauro Cid, com o pai deste, o general Mauro Lourena Cid, ainda em 2022. Até o momento, o general não foi intimado para depor, mas sua defesa teve acesso ao inquérito na última sexta-feira (24). No entanto, sua defesa solicitou que ele fosse ouvido novamente, já que o ex-ministro permaneceu em silêncio quando depôs pela primeira vez, em fevereiro de 2024.
Braga Netto está detido em um quarto adaptado para cela no prédio do chefe de Estado-Maior da 1ª Divisão do Exército, na zona oeste do Rio de Janeiro. O local conta com facilidades como televisão, ar-condicionado e banheiro privativo, e ele pode receber visitas apenas de familiares e advogados em dias determinados.
A prisão preventiva de Braga Netto será reavaliada após 90 dias, conforme o Código de Processo Penal. A lei também prevê que a investigação sobre o caso seja concluída 10 dias após a prisão, e o Ministério Público tem até 15 dias para apresentar a denúncia. Contudo, em casos complexos, a conclusão da investigação pode levar mais tempo, o que pode ocorrer devido à necessidade de prorrogação dos prazos. A PF e o Ministério Público ainda não finalizaram a investigação, e o caso segue sob sigilo.
O general é investigado por sua suposta participação em uma organização criminosa e por sua tentativa de golpe, ao lado de Jair Bolsonaro e outros 35 suspeitos. A investigação aponta ainda que Braga Netto teria articulado ataques ao comandante do Exército, general Tomás Paiva, em 2022, através de mensagens disparadas por um ex-major, com o objetivo de manchar a imagem do comandante e vinculá-lo ao Partido dos Trabalhadores (PT).
Além disso, o comandante do Exército, Tomás Paiva, comunicou aos seus subordinados a intenção de visitar Braga Netto. Embora ainda não tenha data marcada, essa visita é uma prática comum para o comandante da força, que já acompanha outros militares que estão cumprindo prisões preventivas e sentenças em instalações militares.
A Polícia Federal não comentou o caso, e a defesa de Braga Netto ainda não se manifestou oficialmente sobre a prisão e os próximos passos do processo.

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