Brasil consolida protagonismo na transição energética e se destaca em ranking global
- Marcus Modesto
- há 13 horas
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O Brasil subiu mais um degrau na corrida por um futuro energético sustentável. De acordo com o Índice de Transição Energética (ETI) de 2025, divulgado nesta quarta-feira (18) pelo Fórum Econômico Mundial, o país alcançou a 15ª colocação entre 118 nações avaliadas, com 65,7 pontos — à frente de potências como Reino Unido (16º) e Estados Unidos (17º). A liderança regional foi mantida com folga, consolidando o Brasil como referência na América Latina.
O relatório anual mede o desempenho e a capacidade dos países em transformar seus sistemas energéticos, considerando critérios como sustentabilidade ambiental, segurança no fornecimento e acessibilidade econômica. A média global desta edição foi de 56,9 pontos, reforçando o destaque brasileiro.
A boa posição do Brasil foi puxada principalmente pela matriz elétrica altamente renovável, pela expansão de leilões híbridos que integram energia solar e eólica, além da capacidade de diversificação com fontes de baixa emissão de carbono. O documento destaca o país como exemplo para outras economias emergentes, apontando-o como um modelo replicável de práticas eficientes e políticas públicas voltadas à sustentabilidade.
Contradição global ameaça ritmo da transição
Apesar do avanço, o Fórum Econômico Mundial alerta para uma realidade preocupante: enquanto países em desenvolvimento, como o Brasil, devem responder por 80% da demanda global de energia nos próximos anos, mais de 90% dos investimentos em energia limpa continuam concentrados em nações ricas e na China. O desequilíbrio financeiro pode travar a velocidade da transição energética em escala global.
Entre os países mais bem colocados no índice, estão as nações nórdicas. Suécia (77,5 pontos), Finlândia, Dinamarca e Noruega ocupam os primeiros lugares, seguidos pela Suíça. Portugal figura na 10ª posição. Já a China alcançou sua melhor performance histórica ao atingir o 12º lugar, impulsionada por grandes aportes em fontes renováveis e tecnologia verde.
Outras economias em desenvolvimento também deram sinais de avanço. A Nigéria, por exemplo, saltou do 109º para o 61º lugar em dez anos. A Índia também melhorou sua colocação, demonstrando que é possível superar barreiras estruturais com políticas consistentes.
Desafios estruturais persistem
Embora 65% dos países avaliados tenham mostrado progresso em relação ao ano anterior — o melhor desempenho coletivo desde 2021 — o Fórum adverte que o avanço ainda é insuficiente. Para atender às metas climáticas e à crescente demanda energética, os investimentos anuais em energia limpa precisam quase triplicar, chegando a US$ 5,6 trilhões por ano.
O relatório identifica gargalos que travam o avanço: lentidão nos processos de licenciamento ambiental, déficit de mão de obra qualificada e desigualdade no acesso a financiamentos permanecem como obstáculos, especialmente para países em desenvolvimento.
Mesmo diante desse cenário, o Brasil se apresenta como uma exceção positiva. O desempenho no ranking reforça a importância de consolidar as conquistas atuais e acelerar investimentos em fontes renováveis, inovação tecnológica e infraestrutura energética. O país tem nas mãos a oportunidade de liderar, não apenas regionalmente, mas também globalmente, a transição rumo a um modelo energético mais justo, limpo e resiliente.

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