Brasil e EUA Criam Grupo de Trabalho para Discutir Deportação de Brasileiros
- Marcus Modesto
- 30 de jan.
- 2 min de leitura
Internacional:
O governo brasileiro e os Estados Unidos decidiram criar um grupo de trabalho para discutir a deportação de brasileiros, após relatos de tratamento inadequado recebido por 88 deportados que chegaram a Manaus (AM) na última sexta-feira. A decisão foi tomada durante uma reunião nesta quarta-feira (29) entre a secretária de Europa e América do Norte do Itamaraty, Maria Luísa Escorel, e o encarregado de negócios da embaixada dos EUA, Gabriel Escobar.
Segundo interlocutores, Escobar pediu desculpas pelo ocorrido, após os deportados relatarem que chegaram ao Brasil algemados, com correntes nos pés e vítimas de maus-tratos. A reunião já havia sido solicitada pelo diplomata norte-americano, que assumiu o comando da embaixada no Brasil há cerca de duas semanas, até que o presidente Donald Trump indique um novo embaixador.
Posição do Brasil
O encontro foi autorizado pelo chanceler Mauro Vieira, que determinou que a diplomata brasileira reforçasse a posição do Brasil de que qualquer tratamento degradante a cidadãos brasileiros é inaceitável. O governo brasileiro deixou claro que vê a questão migratória sob a ótica dos direitos humanos e que pretende manter uma relação positiva e pragmática com os EUA.
Na segunda-feira (27), Escobar já havia sido chamado ao Itamaraty para prestar explicações sobre o caso, em reunião com a secretária de Comunidades Brasileiras no Exterior e Assuntos Consulares, Márcia Loureiro.
Relações Diplomáticas em Definição
Um possível contato entre Mauro Vieira e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, ainda não foi confirmado e depende mais de Rubio do que do chanceler brasileiro. Enquanto isso, a diplomacia brasileira mantém diálogo com o setor privado e congressistas norte-americanos, buscando ampliar o número de republicanos com quem o Brasil tem contato direto, de olho no futuro da relação entre os governos Trump e Lula.

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