Brasil registra saldo de 257 mil empregos formais em abril, mas juros altos preocupam setor produtivo
- Marcus Modesto
- 29 de mai.
- 2 min de leitura
O Brasil encerrou abril com um saldo positivo de 257.528 empregos com carteira assinada, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. No acumulado de 2025, já são 922 mil novas vagas formais, o melhor resultado para o mês desde o início da série histórica do Novo Caged, em 2020.
O crescimento foi registrado em todos os estados e setores da economia. Serviços lideraram a geração de empregos, com 136 mil vagas abertas, seguidos de comércio (48 mil), indústria (35 mil), construção civil (34 mil) e agropecuária (4 mil).
Apesar do dado positivo, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, voltou a criticar os juros elevados, que segundo ele, colocam em risco a continuidade do crescimento no mercado de trabalho. “A taxa de juros continua excessivamente alta. Isso trava investimentos, freia o consumo e pode desacelerar esse bom desempenho que estamos vendo”, afirmou.
Destaques dos números:
• Total de vínculos ativos: 48,1 milhões de trabalhadores com carteira assinada no país.
• Faixa etária que mais contratou: jovens de 18 a 24 anos, com saldo de 126 mil vagas.
• Escolaridade: quem tem ensino médio completo lidera, com 191 mil vagas.
• Faixa salarial: a maioria das vagas (178 mil) foi para quem recebe até 1,5 salário mínimo.
• Gênero: os homens foram ligeiramente mais contratados que as mulheres — 133 mil contra 123 mil.
• Por estado: São Paulo (72 mil), Minas Gerais (29 mil) e Rio de Janeiro (20 mil) lideraram. Na ponta oposta, os menores saldos foram em Alagoas, Roraima e Acre.
Salários em leve alta
O salário médio de admissão ficou em R$ 2.251,81, registrando um aumento real de 0,71% em relação a março. No entanto, o avanço anual ainda é tímido, com crescimento de apenas 0,28% em relação a abril de 2024.
Sombra dos juros
Apesar dos avanços no mercado formal, o governo mantém o alerta sobre os efeitos da política monetária. Com a Selic ainda em 14,75%, o custo do crédito segue elevado, prejudicando desde pequenos empresários até grandes investidores.
Luiz Marinho deixou claro que, embora o resultado de abril seja robusto, o risco de desaceleração no segundo semestre não pode ser descartado. “O empresariado já sinaliza preocupação. É urgente que o Banco Central reveja sua estratégia, pensando no futuro do país”, concluiu.

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