“Brasil se prepara para negociações com EUA sobre sobretaxa do aço, mas enfrenta desafios na falta de diálogo”
- Marcus Modesto
- 10 de fev.
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Economia:
A sobretaxa sobre o aço importado pelos Estados Unidos, anunciada por Donald Trump, deve impactar três siderúrgicas instaladas no Brasil: ArcelorMittal, Ternium e CSN.
Executivos do setor informaram à reportagem que essas companhias são líderes na exportação de semiacabados de aço, especialmente laminados planos, para o mercado norte-americano, que movimentou US$ 2,8 bilhões em 2024.
No caso da ArcelorMittal e da Ternium, a produção destinada aos EUA ocorre principalmente nas unidades de Pecém (CE) e no Rio de Janeiro (antiga Companhia Siderúrgica do Atlântico). Boa parte dessas exportações abastece siderúrgicas americanas na fabricação de produtos finais.
Especialistas do setor avaliam que o Brasil tem um trunfo para futuras negociações com o governo Trump: a siderurgia brasileira depende de carvão importado dos EUA, com compras anuais de cerca de US$ 1 bilhão. Ou seja, uma redução na produção local pode afetar também a demanda por esse insumo americano.
Em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), Trump utilizou a Seção 232 — sob justificativa de segurança nacional — para impor sobretaxas de 25% ao aço e 10% ao alumínio importados. Na ocasião, Brasil, Argentina e Coreia do Sul conseguiram negociar um regime de cotas: as exportações que não ultrapassassem esses limites ficavam isentas das tarifas.
Agora, o governo brasileiro busca abrir um canal de negociação, mas pretende adotar um tom cauteloso. O principal obstáculo, no entanto, é a falta de contato entre auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a equipe de Trump. Até o momento, não houve conversas de alto nível com órgãos-chave como a USTR (representação comercial da Casa Branca), o Departamento de Comércio., o Departamento de Estado ou o Conselho de Segurança Nacional.




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