Câmara de Cotia cassa mandato de Alexandre Frota após condenação definitiva por calúnia e difamação
- Marcus Modesto
- 4 de out.
- 2 min de leitura
O vereador Alexandre Frota (PDT) teve o mandato cassado nesta sexta-feira (3) pela Câmara Municipal de Cotia, na região metropolitana de São Paulo. A decisão marca o fim de uma trajetória política tão ruidosa quanto controversa. O motivo: a condenação definitiva por calúnia e difamação contra o ex-deputado federal Jean Wyllys, em um processo que se arrastava desde 2018.
A Justiça Federal, por meio da 2ª Vara de Osasco, havia fixado pena de dois anos de detenção em regime inicial aberto e pagamento de multa. Frota tentou recorrer, mas o cerco jurídico se fechou. Em agosto deste ano, o trânsito em julgado confirmou a sentença — dois anos e 26 dias de detenção e 175 dias-multa — sem possibilidade de novos recursos.
Com a condenação definitiva, a Câmara de Cotia foi obrigada a agir. O Legislativo municipal, seguindo o que determina a lei, votou pela perda de mandato do parlamentar. Ainda que a pena de prisão tenha sido substituída por medidas alternativas — prestação de serviços comunitários e restrição de atividades nos fins de semana —, a repercussão política é devastadora.
Frota, que chegou à política surfando na onda da antipolítica e do moralismo das redes sociais, viu seu próprio discurso ser engolido pelas consequências daquilo que sempre defendeu com mais paixão: o ataque verbal. O ex-ator, que se tornou deputado federal e depois vereador, construiu sua imagem na fronteira entre a provocação e o insulto. Agora, essa fronteira cobrou seu preço.
A cassação não é apenas o desfecho de um processo judicial — é um retrato da era digital em que a liberdade de expressão é confundida com o direito de agredir. O caso Alexandre Frota deixa uma lição: quem se elege pela retórica do ódio acaba, cedo ou tarde, refém da própria voz.




Comentários