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Carla Zambelli entra na lista da Interpol e vira foragida internacional da Justiça brasileira

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 5 de jun.
  • 2 min de leitura

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) agora figura na difusão vermelha da Interpol, a lista que reúne criminosos procurados internacionalmente. A inclusão, determinada nesta quarta-feira (4) a pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), transforma a parlamentar em foragida internacional da Justiça brasileira. A decisão acompanha a ordem de prisão preventiva já expedida contra ela, além do bloqueio de todos os seus bens.


A medida foi tomada após Zambelli anunciar que deixou o país na terça-feira (3), menos de um mês depois de ser condenada pela Primeira Turma do STF a 10 anos de prisão, por crimes ligados a ataques contra a democracia e às instituições brasileiras.


Com o nome na difusão vermelha, Zambelli pode ser presa em qualquer um dos 196 países que integram a Interpol, desde que não esteja protegida por algum pedido de refúgio ou asilo político, possibilidade que, segundo a própria Polícia Federal, impediria a efetivação da captura.


A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou que o objetivo da prisão preventiva não é antecipar a pena, mas sim garantir que a deputada não fuja da aplicação da lei penal. O bloqueio de bens inclui contas bancárias, salário parlamentar, veículos, imóveis, passaportes, embarcações e até aeronaves.


Silenciamento digital e bloqueio total


A decisão de Moraes também atinge diretamente a presença digital de Zambelli. O ministro determinou que as plataformas Meta, X (antigo Twitter), YouTube, TikTok, Telegram, LinkedIn e Gettr derrubem, em até duas horas, todos os perfis da parlamentar. Caso publique em qualquer conta, própria ou de terceiros, será aplicada multa diária de R$ 50 mil.


Interpol, refúgio e o histórico bolsonarista


Nos bastidores, a inclusão de Zambelli na lista da Interpol chama atenção. Nos últimos anos, a organização rejeitou pedidos semelhantes feitos pelo Brasil contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, como os blogueiros Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, ambos acusados de crimes relacionados à disseminação de fake news e atos antidemocráticos. Na época, a Interpol considerou que havia fragilidade nos elementos jurídicos, além de pedidos de asilo pendentes.


Desta vez, no entanto, a Interpol acatou o pedido contra Zambelli — o que sinaliza que, pelo menos até o momento, não há registro de pedido formal de refúgio em andamento, ou que os fundamentos apresentados foram considerados sólidos.


A deputada, que fez carreira como uma das vozes mais estridentes da extrema direita brasileira, agora enfrenta um dilema: tornar-se oficialmente uma foragida internacional ou negociar algum tipo de rendição às autoridades brasileiras.


O caso também acende um debate sensível sobre os limites da imunidade parlamentar, a atuação do Supremo e a resposta das instituições democráticas diante de discursos e práticas que, nos últimos anos, tensionaram e colocaram à prova o Estado de Direito no Brasil.

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