Centrão: A Deterioração da Governabilidade de Lula 3
- Marcus Modesto
- 18 de fev.
- 2 min de leitura
A recente pesquisa Datafolha, que abalou as estruturas políticas, acendeu um debate dentro do Centrão sobre a possibilidade de abandonar o governo Lula, inclusive com a devolução de ministérios. Para muitos, a simples menção dessa ideia é um indicativo claro de como a governabilidade do atual governo está se deteriorando.
O Centrão, grupo de parlamentares notoriamente pragmáticos e sempre em busca de cargos e poder, raramente se dispõe a abrir mão de qualquer posto em um governo. Sua lógica é simples: cargos são moedas de troca essenciais para garantir influência e benefícios, seja qual for o governo em questão. Portanto, a mera sugestão de que esses aliados possam até considerar a saída é um sinal de que a situação política do governo Lula está em uma fase de desgaste profundo.
O afastamento do Centrão, mesmo que temporário, teria repercussões significativas. O grupo é crucial para a estabilidade de qualquer administração, sendo uma das forças-chave para a manutenção do equilíbrio no Congresso. Seu movimento em direção à oposição representaria não apenas uma perda de apoio político, mas também um enfraquecimento na articulação e na aprovação de pautas essenciais para o governo.
É impossível ignorar que a fragilidade da governabilidade de Lula 3 começa a se evidenciar não apenas nas dificuldades internas do governo, mas também na mudança de postura do Centrão, que, em momentos de crise, não hesita em recalcular suas alianças. O que estamos vendo é uma crise de confiança e uma desconexão crescente entre o governo e aqueles que, até então, haviam sido fundamentais para sua sustentação.
Em última análise, o debate sobre uma possível saída do Centrão não é apenas um reflexo de números em uma pesquisa de opinião; é um sintoma claro da crise política que ameaça desestabilizar o governo Lula, que, ao tentar manter sua base aliada a qualquer custo, agora se vê à mercê dos cálculos estratégicos de um dos grupos mais volúveis e imprevisíveis da política brasileira.

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