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Cinco suspeitos mortos em operação no Morro dos Tabajaras; entre eles, traficante conhecido como “Cheio de Ódio”

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 15 de abr.
  • 3 min de leitura

Uma operação da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), deixou ao menos cinco suspeitos mortos nesta terça-feira (15) no Morro dos Tabajaras, na Zona Sul do Rio. Entre os mortos está o traficante conhecido como “Cheio de Ódio”, apontado como chefe do tráfico na comunidade e acusado de liderar ataques contra forças de segurança.


A ação foi desencadeada para cumprir mandados de prisão contra os responsáveis pela morte do agente João Pedro Marquini, morto em serviço durante uma missão na Favela de Antares, na Zona Oeste.


Segundo o secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, os alvos da operação foram identificados após uma investigação minuciosa. “Conseguimos identificar marginais diretamente envolvidos nesse crime hediondo, e hoje estamos nessa região para cumprir as ordens judiciais”, disse em entrevista ao RJTV.


Traficante era considerado um dos mais violentos do estado


De acordo com Curi, “Cheio de Ódio” figurava entre os criminosos mais violentos em atividade no Rio de Janeiro. A operação ocorre em meio à escalada do conflito entre facções criminosas, especialmente com o avanço do Comando Vermelho sobre territórios antes controlados por milicianos.


“A facção criminosa Comando Vermelho está em plena política expansionista. Estamos atuando para estancar esse avanço territorial”, afirmou o secretário.


Confrontos e tensão


O número exato de mortos ainda não foi confirmado oficialmente, já que a operação seguia em andamento até o início da tarde. Questionado sobre relatos de uma criança ferida, Curi limitou-se a dizer que “alguns criminosos foram neutralizados” e que mais informações seriam divulgadas após o fim da ação.


O secretário reforçou que o confronto se dá como resposta direta à resistência armada dos suspeitos. “Se eles não reagirem, não haverá confronto. Agora, se optarem pelo confronto, a escolha é deles”, declarou.


Sobre a morte do agente Marquini, Curi relatou que ele foi atacado em uma emboscada quando retornava de uma missão com uma juíza. “Tentaram roubar o carro em que estavam. Foi uma emboscada”, contou.


Apoio da população e críticas às restrições


Curi também pediu colaboração da população local, especialmente moradores de Copacabana e Botafogo, incentivando denúncias anônimas que possam levar à prisão de criminosos. “Nosso objetivo é proteger a população de bem. Estamos aqui para retirar de circulação os marginais que oprimem a comunidade”, disse.


Ele ainda criticou as restrições judiciais impostas nos últimos anos, que teriam, segundo ele, dificultado o trabalho das forças de segurança. “A estrutura das facções está muito mais armada hoje. Isso é fruto de uma vantagem de meia década que o crime teve por conta de restrições. Só podíamos agir em casos excepcionais. Isso nos enfraqueceu e fortaleceu os criminosos”, pontuou.


Em 2024, a Polícia Civil apreendeu 732 fuzis no estado, um número recorde. Agora, a meta é retomar o controle de territórios dominados por facções.


Decisão recente do STF


A ofensiva ocorre dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) concluir o julgamento da ADPF 635, conhecida como “ADPF das Favelas”, que impõe medidas para reduzir a letalidade policial no estado. O plano aprovado inclui uso obrigatório de câmeras corporais, atuação ampliada da Polícia Federal, e regras mais rígidas para a investigação de mortes em operações.


Entre as determinações, estão a realização de autópsias em até dez dias e a comunicação imediata ao Ministério Público de cada morte registrada em ações policiais.


Apesar de críticas de alguns setores da segurança, o STF flexibilizou pontos como o uso de helicópteros em situações específicas, após intensos debates entre autoridades e representantes da sociedade civil.


Operação continua


A operação segue em andamento nas áreas de mata próximas ao Morro dos Tabajaras, com cerco a outros suspeitos e buscas por armamento pesado. A Polícia Civil deve divulgar um balanço atualizado nas próximas horas.


 
 
 

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