Comércio registra maior crescimento em 12 anos, com alta de 4,7% em 2024
- Marcus Modesto
- 13 de fev.
- 2 min de leitura
As vendas no comércio cresceram 4,7% em 2024 na comparação com o ano anterior, registrando a maior alta desde 2012, quando o avanço foi de 8,4%. Esse foi o oitavo ano consecutivo de expansão no setor.
Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada nesta quinta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “É um número bastante expressivo”, afirmou Cristiano Santos, gerente da pesquisa.
Apesar do bom desempenho no acumulado do ano, dezembro apresentou leve retração de 0,1% em relação a novembro, movimento considerado estável pelo IBGE. Na comparação com dezembro de 2023, houve crescimento de 2%.
Fatores que impulsionaram o comércio
Segundo o IBGE, o crescimento do setor foi impulsionado pela expansão da massa salarial, pelo aumento no número de trabalhadores ocupados e pela estabilidade no crédito. A taxa de desemprego em 2024 foi de 6,6%, a menor da série histórica do instituto.
Por outro lado, a inflação e a alta do dólar impediram um avanço ainda maior. A inflação encerrou o ano em 4,83%, acima da meta de 4,5% do governo, enquanto o dólar acumulou valorização de 27%, encarecendo produtos importados, especialmente os de informática e comunicação.
Setores em destaque
Das 11 atividades analisadas, oito apresentaram crescimento em 2024. O maior avanço foi registrado em artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com alta de 14,2%, mantendo uma trajetória de crescimento ininterrupta desde 2016. Outros segmentos que se destacaram foram:
• Veículos e motos, partes e peças: +11,7%
• Outros artigos de uso pessoal e doméstico: +7,1%
• Material de construção: +4,7%
• Hiper e supermercados, alimentos e bebidas: +4,6%
• Móveis e eletrodomésticos: +4,2%
• Tecidos, vestuário e calçados: +2,8%
• Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: +0,7%
Por outro lado, três setores registraram queda:
• Combustíveis e lubrificantes: -1,5%
• Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo: -7,1%
• Livros, jornais, revistas e papelaria: -7,7%
O segmento editorial tem enfrentado dificuldades há anos, com apenas uma alta nos últimos 11 anos, em 2022. “Isso está relacionado ao crescente processo de digitalização de parte de seus produtos. O que vem sustentando essa atividade é o livro didático”, explicou Cristiano Santos.
A pesquisa do IBGE coletou informações de 6.770 empresas do setor de comércio em todo o país.

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