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Comandante do Exército Visita Braga Netto em Prisão Militar no Rio

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 17 de mar.
  • 2 min de leitura

O comandante do Exército, general Tomás Paiva, visitou no mês passado o ex-ministro da Defesa e ex-companheiro de chapa de Jair Bolsonaro, Walter Braga Netto, que está preso há 88 dias em uma instalação militar no Rio de Janeiro. Segundo informações da colunista Malu Gaspar, do jornal O GLOBO, a conversa entre os dois durou cerca de 15 minutos e se limitou a questões protocolares.


Durante o encontro, Tomás Paiva fez três perguntas a Braga Netto: sobre seu estado de saúde, o bem-estar de sua família e se ele precisava de ajuda jurídica. O ex-ministro afirmou estar bem e não solicitou nenhum tipo de apoio, segundo relatos obtidos pela reportagem.


A visita não foi um privilégio ao general preso, mas parte de uma agenda institucional do comandante do Exército para verificar as condições dos militares detidos, incluindo a avaliação de suas acomodações, saúde e acesso a advogados.


Relação Tensa Entre os Generais


Apesar da visita formal, Tomás Paiva e Braga Netto não têm relação de proximidade ou amizade – pelo contrário, as investigações da Polícia Federal apontam que Braga Netto orientou aliados a promoverem ataques virtuais contra Paiva e outros generais que considerava de viés “esquerdista” ou “comunista”. Nos grupos bolsonaristas, Paiva e outros quatro generais eram chamados de “melancias” – verdes por fora, vermelhos por dentro.


Ainda assim, durante a visita, o comandante do Exército não mencionou os ataques. A interlocutores, Paiva teria classificado esse assunto como irrelevante, descrevendo-o como um “não assunto”.


Prisão e Acusações


Braga Netto teve a prisão preventiva decretada em dezembro de 2024 pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A decisão ocorreu após indícios de que o general tentou obstruir a Justiça ao buscar acesso ao conteúdo da delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid.


O general foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por golpe de Estado e outros quatro crimes, todos relacionados ao suposto envolvimento em uma conspiração para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República.


Por seu posto de general de quatro estrelas, Braga Netto não está em uma cela comum. Ele ocupa um cômodo adaptado com armário, geladeira, ar-condicionado, televisão e banheiro privativo. Recentemente, suas condições de detenção foram inspecionadas e aprovadas pelo juiz federal da Justiça Militar Carlos Henrique da Silva Reiniger Ferreira, da 3ª Auditoria da 1ª Circunscrição Judiciária Militar.


Desconforto na Cúpula Militar


A duração prolongada das prisões preventivas de militares, determinadas por Moraes, tem gerado incômodo na cúpula das Forças Armadas. Oficiais de alta patente consideram que as investigações estão avançadas e que as prisões poderiam ser revistas, já que a denúncia da PGR está prestes a ser analisada pelo STF.


Interlocutores de Braga Netto manifestam crescente mágoa em relação à postura do Exército diante das investigações. Para pessoas próximas ao ex-candidato a vice de Bolsonaro, a instituição estaria mais preocupada em proteger sua imagem pública – especialmente porque dos 34 denunciados pela PGR, 24 são militares – sem reconhecer eventuais omissoes em relação à suposta trama golpista.



 
 
 

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