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Confiança dos Brasileiros nas Forças Armadas Cai para 24%, Aponta Pesquisa

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 18 de fev.
  • 3 min de leitura

A confiança dos brasileiros nas Forças Armadas vem caindo desde meados de 2023, e atualmente apenas 24% da população diz confiar no Exército, na Marinha e na Força Aérea. Por outro lado, 70% afirmam não confiar, enquanto 4% dizem não saber. Os dados são da pesquisa Atlas, realizada para a CNN Brasil.


O levantamento ouviu 817 pessoas entre os dias 11 e 13 de fevereiro, com recrutamento aleatório pela internet. A amostra foi ajustada para refletir a demografia da população adulta do Brasil. A margem de erro é de três pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.


Segundo a série histórica da Atlas, a confiança nos militares atingiu seu pico recente em abril de 2023, quando 46% da população dizia confiar na instituição, contra 37% que manifestavam desconfiança. Desde então, a credibilidade das Forças Armadas caiu continuamente, chegando a 36% em julho de 2023 e atingindo os atuais 24%.


Motivos para a Queda na Confiança


Para Andrei Roman, CEO da AtlasIntel, a polarização política nos últimos anos teve grande influência na percepção pública sobre as Forças Armadas. Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), a imagem dos militares dividia opiniões: apoiadores do ex-presidente os viam positivamente, enquanto setores da esquerda demonstravam desconfiança.


“Com a chegada de Lula (PT) ao poder, as Forças passaram a se manter mais caladas, o que fez com que parte dos bolsonaristas começasse a atacá-las, vendo seus comandantes como traidores por não terem apoiado um movimento de resistência em favor de Bolsonaro”, explica Roman.


Desde janeiro de 2023, a reputação dos militares também foi impactada pelas investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, declarou que o ex-presidente articulou um golpe, mas não obteve o apoio do então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes. Em contrapartida, o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, teria demonstrado apoio à ideia, segundo a delação de Cid. Tanto Garnier quanto Bolsonaro negam as acusações.


Além disso, outros episódios contribuíram para o desgaste da imagem das Forças Armadas. Um exemplo foi a polêmica gerada por um vídeo institucional da Marinha, divulgado em dezembro, que comparava as dificuldades da vida militar com a suposta tranquilidade da vida civil. O material recebeu críticas e foi alvo de debate público, especialmente após a revelação de que o irmão do chefe do departamento responsável pelo vídeo recebeu o equivalente a R$ 216,3 mil líquidos em pagamentos da Marinha.


Instituições Mais e Menos Confiáveis


A pesquisa também avaliou a confiança dos brasileiros em outras instituições. A Polícia Federal lidera o ranking, com 53% de aprovação, seguida pela Polícia Militar (50%) e pelo Supremo Tribunal Federal (49%).


Por outro lado, as instituições que enfrentam maior descrédito são o Congresso Nacional, com apenas 9% de confiança e 82% de desconfiança, e as igrejas evangélicas, que contam com a confiança de 18% da população, enquanto 73% dizem não confiar nelas. As prefeituras aparecem em terceiro lugar entre as menos confiáveis, com apenas 24% de aprovação e 62% de desconfiança.


Opinião Pública Sobre Temas em Debate no Congresso


A pesquisa Atlas também perguntou aos entrevistados sobre propostas em discussão no Congresso. O corte de gastos públicos é a medida mais popular, com 54% de apoio e 28% de rejeição. A anistia aos presos dos atos de 8 de janeiro divide opiniões: 51% são favoráveis e 49% são contra.


Já a manutenção do controle das emendas impositivas pelos parlamentares tem apoio de apenas 32% da população, e 83% são contrários à redução do prazo de inelegibilidade previsto na Lei da Ficha Limpa.



 
 
 

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