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Consumo de álcool divide o Brasil: maioria diz beber com moderação, mas dados revelam excessos e início precoce

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 3 de mai.
  • 3 min de leitura

O Brasil vive um equilíbrio quase exato quando o assunto é o consumo de bebidas alcoólicas. Pesquisa nacional realizada pelo Instituto Datafolha, entre os dias 8 e 11 de abril, mostra que 51% dos brasileiros maiores de 18 anos afirmam consumir álcool, enquanto 49% dizem não beber. O levantamento ouviu 1.912 pessoas em 113 municípios de todas as regiões do país, com margem de erro de dois pontos percentuais.


Apesar da maioria dos consumidores afirmar que bebe “na medida certa” (81%), o dado contrasta com o comportamento revelado: 10% disseram ter ingerido 11 ou mais doses de bebida alcoólica na semana anterior à pesquisa. Em média, o consumo semanal no país ficou em 4,5 doses — considerando uma dose como um copo, lata, taça ou drinque.


A pesquisa também apontou que 18% dos entrevistados reconhecem beber mais do que deveriam. Destes, 7% admitem consumir “muito mais” do que o recomendável. Por outro lado, 36% dos que se declaram consumidores habituais afirmaram não ter ingerido álcool na semana anterior.


Tendência de queda e diferenças por faixa etária


Apesar dos altos índices de consumo entre os adultos, o levantamento identificou uma tendência de redução no hábito: 53% dos que bebem afirmaram ter diminuído a ingestão no último ano, enquanto apenas 12% disseram ter aumentado. Os demais (35%) não notaram mudanças no padrão.


O grupo que mais consome bebidas alcoólicas é o de jovens entre 18 e 34 anos (58%). O percentual vai caindo conforme a idade avança: 55% entre 35 e 44 anos; 46% dos 45 aos 59; e apenas 35% entre os maiores de 60.


Mesmo fora da amostra principal, os adolescentes também foram avaliados: entre jovens de 16 e 17 anos, 27% admitiram beber, desafiando a legislação brasileira, que proíbe o consumo por menores de idade.


A precocidade no início do consumo também chama atenção. Pesquisa paralela da empresa Go Magenta mostra que 28% da geração X (1965-1980) começaram a beber antes dos 18 anos. Esse índice sobe para 37% entre os millennials (1981-1996) e chega a 48% na geração Z (1997-2012).


Homens consomem mais e reconhecem mais abusos


O levantamento revela uma diferença de gênero no consumo. Enquanto 58% dos homens dizem beber, apenas 42% das mulheres mantêm esse hábito. Entre aqueles que não bebem atualmente, 61% dos homens já experimentaram álcool, contra 40% das mulheres.


A frequência de consumo também varia: 10% dos homens que bebem fazem isso de três a sete vezes por semana, frente a apenas 2% das mulheres. Já entre os que bebem uma ou duas vezes por semana, a taxa é de 25% entre os homens e 16% entre as mulheres.


Homens também são os que mais admitem exageros: 21% reconhecem ultrapassar os limites, contra 14% das mulheres. Entre os motivos para não beber, o gosto da bebida é citado por 25% das mulheres e 14% dos homens.


Por que muitos brasileiros não bebem


Entre os 49% que dizem não consumir álcool, os principais motivos são saúde (34%), aversão ao sabor (21%) e religião (13%). O comportamento de pessoas embriagadas afasta 7% dos entrevistados, enquanto experiências familiares com alcoolismo influenciam 8%. Já o medo de desenvolver dependência foi citado por 7%.


O levantamento mostra que o consumo de álcool no país continua cercado de contrastes: entre a percepção de moderação e os sinais de abuso, entre a legalidade e a iniciação precoce, entre os hábitos consolidados e as novas motivações para a abstinência.



 
 
 

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