Coronel Meira transforma acesso ao STF em palco de truculência e autoritarismo
- Marcus Modesto
- 25 de mar.
- 2 min de leitura
O deputado federal Coronel Meira (PL) voltou a chamar atenção, desta vez por um comportamento agressivo e autoritário na entrada do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, na manhã desta terça-feira. O parlamentar perdeu o controle ao ser impedido de acompanhar a sessão que julga a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados de tentativa de golpe.
Em vez de seguir os protocolos institucionais, Meira optou pelo caminho da truculência. Em vídeo registrado por jornalistas, o deputado surge visivelmente exaltado, levantando a voz e exigindo privilégios com a frase: “Sou coronel, sou deputado, me respeitem!”, como se suas credenciais lhe garantissem tratamento acima das regras estabelecidas.
A reação desproporcional incluiu ainda uma série de palavrões, proferidos em plena entrada da mais alta corte do país. Mesmo ciente de que estava sendo filmado, o parlamentar manteve a postura agressiva, reforçando a imagem de um político que confunde autoridade com autoritarismo.
Postura beligerante e desrespeito à institucionalidade
A atitude do coronel não surpreende quem acompanha sua trajetória. Conhecido por seu discurso beligerante, Meira tem se notabilizado mais pelas provocações do que pelo compromisso com o diálogo democrático. Ao invocar seu título militar e o cargo parlamentar como justificativa para furar protocolos, o deputado reforça a mentalidade de que as regras não se aplicam a ele – uma visão típica de figuras que tratam o espaço público como extensão de suas vontades pessoais.
O episódio desta terça-feira expõe, mais uma vez, o desprezo de parte da ala bolsonarista pelas instituições republicanas. A tentativa de intimidação verbal na porta do STF ilustra não só a dificuldade de aceitar limites, mas também a insistência em transformar a política em um espetáculo de força e arrogância.
Enquanto Coronel Meira vocifera exigências, o Brasil segue assistindo ao desenrolar de um julgamento que investiga um dos momentos mais graves da história recente: a articulação de um golpe contra a democracia. Resta saber até quando figuras públicas continuarão confundindo poder com autoritarismo e usando o cargo para pressionar instituições que, por princípio, devem atuar com independência e respeito à legalidade.

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