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CPMI expõe contradições e decreta prisão de ex-diretor ligado a fraudes contra aposentados

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 23 de set.
  • 2 min de leitura

A sessão da CPMI que investiga fraudes contra aposentados e pensionistas, nesta segunda-feira (22), terminou em confronto e prisão. O ex-diretor financeiro Rubens Oliveira Costa, apontado como peça-chave no esquema, foi acusado de mentir reiteradas vezes durante o depoimento. O relator Alfredo Gaspar (União-AL) pediu sua prisão em flagrante, alegando falso testemunho e envolvimento direto em operações milionárias suspeitas.


Logo no início, Costa relutou até mesmo em assumir o compromisso de dizer a verdade, atitude que já expôs a fragilidade de sua postura diante da comissão. Só após insistência do presidente, senador Carlos Viana (Podemos-MG), ele aceitou assinar o termo, mas recorreu sistematicamente ao silêncio. A estratégia, porém, não evitou que contradições fossem expostas pelos parlamentares.


Gaspar destacou que Costa movimentou mais de R$ 350 milhões em empresas ligadas ao esquema. Para o deputado, o ex-diretor não apenas mentiu, mas mantém vínculos ativos com outros investigados, sugerindo que as fraudes ainda podem estar em curso. “Há muito dinheiro disponível para sustentar a impunidade”, disparou.


O vice-presidente da CPMI, deputado Duarte Jr. (PSB-MA), reforçou as acusações, listando inconsistências em diferentes momentos do depoimento, desde a negação de vínculos empresariais até versões divergentes sobre movimentações financeiras e relações com investigados. “Toda e qualquer testemunha precisa dizer a verdade. Ele mentiu descaradamente”, acusou.


A prisão em flagrante foi decretada ainda na noite de segunda-feira. No entanto, poucas horas depois, às 2h41, Costa deixou a Polícia Legislativa do Congresso após pagar fiança arbitrada pelo delegado de plantão. Ele responderá em liberdade perante a Justiça Federal.


Aos 57 anos, o ex-diretor tenta se apresentar como consultor de pequenas empresas, mas sua trajetória empresarial revela ligações diretas com figuras centrais do esquema, como Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, e Virgílio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-procurador do INSS apontado como articulador das fraudes. Também aparece como sócio de Alexandre Guimarães, ex-diretor de Governança do instituto.


A CPMI, que já vinha sob críticas quanto à efetividade, se vê diante de um teste crucial: mostrar que tem força política para enfrentar os interesses escondidos por trás de um esquema que desviou recursos dos mais vulneráveis — aposentados e pensionistas. A libertação rápida de Costa, poucas horas após a prisão, é mais um alerta de que a impunidade continua rondando o caso.

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