top of page
Buscar

Crônica

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 10 de jan.
  • 2 min de leitura

O Jornalista e o Espírito da Liberdade

Publicado

Marcus Modesto


Não se faz jornalista, nasce-se com o peso da caneta e o sopro da inquietude. O jornalista é mais que um profissional; é um estado de espírito. É alguém que carrega no peito uma bússola que aponta sempre para a verdade, mesmo quando ela se esconde sob camadas de silêncio.


Na infância, talvez tenha sido o menino que perguntava por que o céu era azul ,que não se contentava com o “porque sim”. Cresceu com olhos atentos, capturando detalhes que outros ignoram, traduzindo o mundo em palavras que escapam à censura do comum.


Na faculdade, aprende-se técnica, ética, história. Mas a essência, essa nasce junto com o jornalista. É o brilho nos olhos diante de uma história por contar, é a coragem de erguer a mão na coletiva de imprensa, mesmo sabendo que a pergunta será ignorada. É a ousadia de apertar o gravador e captar o som do incômodo, mesmo que ele ecoe apenas dentro de si.


O jornalista sabe que sua pergunta, aquela que escava as camadas do óbvio, pode nunca ganhar as páginas do jornal. Ainda assim, ele pergunta. Porque perguntar é mais que um ato profissional; é um grito de liberdade.


Há dias em que se sente como um Dom Quixote enfrentando moinhos. Outros, como um Sísifo empurrando a pedra da notícia ladeira acima, sabendo que ela pode rolar ladeira abaixo a qualquer momento. Mas ainda assim, persiste. Porque o jornalismo não é sobre glória, é sobre busca.


Busca por histórias escondidas nos cantos escuros, por vozes abafadas no ruído do mundo. Busca pelo poder da palavra em sua forma mais crua e mais pura.


O jornalista não teme a pergunta sem resposta, pois sabe que o silêncio também é notícia. Não teme o olhar de reprovação, pois sabe que o desconforto é o primeiro passo para a mudança.


E assim segue o jornalista, inquieto, questionador, incansável. Com a caneta em punho e o coração em chamas, escreve o que vê, o que sente, o que o mundo precisa saber. Porque no fim das contas, ser jornalista é mais que um ofício. É ser um farol em noites de tempestade, iluminando o caminho para quem ainda busca a verdade.




 
 
 

Comentários


bottom of page