Crime brutal expõe a rotina de medo e impunidade na Baixada Fluminense
- Marcus Modesto
- há 1 dia
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Um crime bárbaro, cometido em plena luz do dia e diante de testemunhas inocentes, escancarou mais uma vez a cruel realidade da Baixada Fluminense. Um homem de 28 anos foi assassinado a tiros, na frente da namorada e das duas filhas pequenas, enquanto dirigia pelas ruas de Coelho da Rocha, em São João de Meriti. A execução, que mais parece cena de filme de violência urbana, não é ficção. É um retrato fiel da insegurança que domina o cotidiano de milhares de famílias da região.
O crime aconteceu no começo deste mês, em meio a uma perseguição violenta por criminosos em motocicletas. A vítima, que retornava de uma festa em Belford Roxo, percebeu que estava sendo seguida ao atravessar o Centro de São João de Meriti. Tentou escapar. Manobrou, desviou, buscou rotas alternativas. Em vão. Foi interceptado. Antes que qualquer palavra de defesa pudesse ter sentido, uma discussão se transformou em luta corporal e, logo depois, em seis tiros disparados sem qualquer pudor. Tudo isso na frente de crianças.
A brutalidade não está apenas na execução. Está no cenário onde isso se tornou quase rotina. Está no fato de que famílias inteiras vivem em territórios onde o Estado se faz ausente e quem dita as regras são as armas — sejam elas das mãos do tráfico, de milicianos ou de criminosos comuns.
A morte desse jovem não é um caso isolado. É mais um capítulo de uma série interminável de violências que atravessam gerações na Baixada Fluminense. Uma região constantemente negligenciada pelo poder público, onde segurança pública virou promessa de campanha e não política de Estado.
A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) tenta agora correr atrás dos assassinos. Mas, assim como em centenas de casos arquivados nas gavetas da impunidade, as chances de elucidação seguem ameaçadas pela falta de estrutura, efetivo e inteligência operacional.
Enquanto isso, o drama das filhas que presenciaram o assassinato do próprio pai se soma ao luto de uma família e ao medo coletivo que paralisa uma população inteira. Até quando a sociedade vai naturalizar corpos estirados no asfalto? Até quando vamos assistir à violência engolir vidas e futuros sem reação?
A polícia pede ajuda. A população clama por segurança. E o Estado, mais uma vez, parece surdo, mudo e ausente.
Informações que possam ajudar na identificação dos criminosos podem ser repassadas à Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense pelo número (21) 99805-4394 ou ao Disque Denúncia pelos telefones (21) 2253-1177 ou 181. O anonimato é garantido.

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