Crimes ambientais e seca histórica potencializaram incêndios florestais em 2024, aponta Ibama
- Marcus Modesto
- 9 de mai.
- 2 min de leitura
Mais de 30 milhões de hectares foram devastados por incêndios florestais no Brasil ao longo de 2024. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), grande parte desse território foi consumido pelo fogo como resultado direto de ações criminosas. A autarquia já autuou 242 pessoas envolvidas nos crimes ambientais, com multas e sanções administrativas que ultrapassam R$ 460 milhões.
O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Jair Schmitt, destacou nesta quinta-feira (9) que a instituição segue apurando outros casos e ampliando o monitoramento de áreas críticas. “Estamos identificando propriedades com maior risco e emitindo notificações para que os responsáveis adotem medidas preventivas. O Ibama está acompanhando de perto”, afirmou.
Com o objetivo de coibir novos episódios, o órgão ambiental mantém a presença de equipes de patrulhamento em campo e investe em tecnologia de monitoramento remoto para identificar focos de calor em tempo real.
Área queimada ultrapassa o tamanho da Itália
O levantamento do MapBiomas mostrou que o território atingido pelos incêndios em 2024 foi 79% maior que o do ano anterior, somando uma área superior à da Itália. A situação foi agravada pela seca extrema, especialmente na Região Norte. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, dois anos consecutivos de estiagem severa colocaram a floresta amazônica em estado de vulnerabilidade.
“Os efeitos do El Niño combinados com o aquecimento do Atlântico Norte contribuíram para um quadro crítico. A floresta seca, sob altas temperaturas, tornou-se mais suscetível às queimadas”, explicou o secretário extraordinário André Lima.
2025 começa com queda nos focos de incêndio, mas alerta segue ligado
Os primeiros quatro meses de 2025 trouxeram alívio: houve redução de até 70% nos focos de calor na Amazônia e mais de 90% no Pantanal, os biomas mais impactados nos últimos anos. Apesar da melhora nas condições climáticas, os órgãos ambientais detectaram aumento recente nos focos de desmatamento, principalmente na Amazônia e no Cerrado, durante o mês de abril.
O governo federal considera a situação preocupante e estuda novas estratégias para conter o avanço das derrubadas ilegais. A atuação integrada entre fiscalização, inteligência ambiental e parcerias com estados tem sido apontada como essencial para garantir a proteção dos biomas brasileiros frente ao agravamento das mudanças climáticas.

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