“Cripto Gate”: Milei enfrenta crise política e manda investigar próprio governo
- Marcus Modesto
- 16 de fev.
- 2 min de leitura
O presidente da Argentina, Javier Milei, se viu no centro de uma nova crise política após promover o lançamento da criptomoeda $Libra, iniciativa de uma empresa privada. O caso, apelidado pela imprensa de “Cripto Gate”, levantou suspeitas de irregularidades envolvendo funcionários do governo e o próprio presidente. Diante da repercussão negativa, Milei ordenou uma investigação contra sua própria gestão.
A polêmica começou quando Milei publicou um texto nas redes sociais apoiando o projeto Viva La Libertad, que inclui a criação da $Libra. Após a publicação, o valor da criptomoeda disparou, permitindo que seus primeiros investidores lucrassem significativamente antes que o preço despencasse diante de alertas de fraude feitos por especialistas e opositores.
Percebendo a gravidade da situação, o presidente apagou o post e publicou um novo, negando qualquer vínculo com o projeto. No entanto, a crise se aprofundou quando o jornal La Nación revelou que aliados de Milei teriam pedido vantagens a empresários em troca de aproximação com o governo.
Pressionado, o governo argentino anunciou duas medidas neste sábado (15). Primeiro, o Gabinete Anticorrupção foi acionado para investigar se houve conduta inadequada de qualquer membro do governo, incluindo o próprio Milei. Além disso, será criada uma força-tarefa para avaliar o projeto Viva La Libertad, a $Libra e todos os envolvidos na iniciativa.
A equipe presidencial divulgou uma nota explicando que Milei teve dois encontros com os empresários responsáveis pela criptomoeda: um em outubro de 2024 e outro em janeiro de 2025. Segundo o comunicado, o presidente apenas compartilhou o lançamento do projeto, sem envolvimento direto em sua criação.
Apesar das explicações, a crise ganhou um novo capítulo neste domingo (16), quando organizações sociais e o partido Unidade Popular entraram na Justiça contra Milei, acusando-o de prejudicar mais de 40 mil pessoas e gerar um prejuízo estimado em US$ 4 bilhões. O desfecho do caso ainda é incerto, mas a pressão sobre o presidente argentino só aumenta.

Comments