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Crise exposta: Bacellar ameaça romper com Castro se Washington Reis voltar ao governo

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 4 de jul.
  • 2 min de leitura

O Rio de Janeiro vive mais um episódio da já conhecida instabilidade que marca a política fluminense. Em entrevista à TV Globo, o governador em exercício Rodrigo Bacellar deixou claro que, se Cláudio Castro recuar e reconduzir Washington Reis ao comando da Secretaria de Transportes, ele abandonará o projeto de candidatura ao Palácio Guanabara em 2026 — um plano que, segundo ele, foi construído a convite do próprio Castro.


A fala pública de Bacellar não é apenas uma ameaça: é um sinal claro de fratura no núcleo do poder estadual. Ao afirmar que não compactuará com uma eventual volta de Reis, o atual governador em exercício expõe a fragilidade de um governo que tenta se equilibrar entre alianças instáveis, condenações judiciais e ambições pessoais.


Washington Reis, por sua vez, retrucou afirmando que a assinatura de Bacellar “não vale nada”, o que levou o presidente da Alerj a responder em tom cortante, lembrando que Reis é “condenado pela Justiça à prisão, inelegível, e que depende de Eduardo Paes e de Lula para reverter sua situação”.


A troca de farpas não é apenas um duelo de egos: ela revela o quanto o grupo que comanda o Estado do Rio está dividido e refém de disputas internas. Washington Reis, mesmo inelegível, ainda exerce influência considerável. Rodrigo Bacellar tenta se projetar como sucessor natural, mas agora impõe um limite: ou Castro escolhe o projeto coletivo ou abraça de vez a figura desgastada do ex-prefeito de Duque de Caxias.


Ao jogar publicamente com a possibilidade de desistir da candidatura, Bacellar tenta se blindar diante de um possível desgaste que viria da recondução de Reis. Mas o movimento também expõe sua dependência política do próprio Castro, de quem tenta agora se descolar seletivamente.


O que fica claro é que, mais uma vez, o interesse público fica em segundo plano. A gestão estadual é tratada como uma disputa de tabuleiro, onde cargos, alianças e ressentimentos pessoais se sobrepõem à necessidade de estabilidade, eficiência e transparência.


O Rio de Janeiro, que tanto precisa de uma política voltada para resultados, continua à mercê de um jogo de poder marcado por vaidades, julgamentos e ameaças. Enquanto isso, o transporte público segue caótico, a população carece de serviços dignos, e as decisões são tomadas não com base em critérios técnicos, mas por quem grita mais alto nos bastidores.



 
 
 

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