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Crise no INSS abala governo e coloca Carlos Lupi sob pressão no Planalto

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 28 de abr.
  • 2 min de leitura

O escândalo envolvendo fraudes bilionárias em benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ampliou a crise política no Palácio do Planalto e colocou o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, no centro da pressão. Segundo informações apuradas pelo colunista Gerson Camarotti, do G1, Lupi teria sido alertado ainda em 2023 sobre as irregularidades, mas só tomou providências efetivas quase um ano depois.


Conforme revelou o Jornal Nacional, as denúncias de fraude só foram oficialmente debatidas em reunião do Conselho Nacional de Previdência Social em abril de 2024 — dez meses após o primeiro sinal de alerta. Desde então, o tema não voltou a ser tratado nas reuniões do colegiado, o que ampliou o desgaste interno do ministro.


A situação é considerada crítica dentro do governo, sobretudo pelo impacto direto sobre aposentados e pensionistas, um dos principais segmentos de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Avaliações no Planalto indicam que o ideal seria uma saída voluntária de Lupi para tentar conter o desgaste. No entanto, o ministro — que também comanda o PDT, partido da base aliada — resiste à ideia de deixar o cargo, optando por uma postura de defesa.


O agravamento da crise veio com a deflagração da Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que expôs um esquema de desvios que pode ter causado prejuízos de até R$ 6,3 bilhões. As investigações apontam que 11 associações descontavam valores dos benefícios sem autorização dos segurados, elevando o escândalo a proporções ainda maiores.


Um relatório da CGU mostra que o valor dos descontos suspeitos saltou de R$ 80,6 milhões em junho de 2023 para R$ 248,1 milhões em abril de 2024, evidenciando a omissão e a demora nas ações do Ministério da Previdência. Somente após a operação policial é que o INSS suspendeu os descontos e descredenciou as associações envolvidas.


Além disso, pesa contra Lupi o fato de ter sido responsável pela nomeação dos dois últimos presidentes do INSS: Alessandro Stefanutto, afastado após a operação da PF, e Glauco Wamburg, exonerado em 2023 sob suspeitas de irregularidades administrativas.


O escândalo mina a credibilidade do governo em um momento sensível, às vésperas de uma nova disputa eleitoral municipal e num cenário em que Lula busca reforçar sua base social. Dentro do Planalto, já se discute a possibilidade de uma reforma ministerial como forma de reverter os danos políticos.


Enquanto Carlos Lupi tenta se manter no cargo, a pressão aumenta, e a crise no INSS se consolida como um dos maiores desafios políticos do atual mandato.


 
 
 

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