Déficit habitacional desafia o Sul Fluminense e movimenta setor da construção civil em busca de soluções
- Marcus Modesto
- 14 de abr.
- 2 min de leitura
O Sul Fluminense enfrenta um cenário desafiador no setor habitacional. Dados da Fundação João Pinheiro (FJP), divulgados em 2024, apontam que o estado do Rio de Janeiro registra um déficit superior a 500 mil domicílios — realidade que afeta diretamente as cidades da região, onde o alto custo de produção e as dificuldades de acesso ao crédito limitam a construção de moradias populares.
Em meio a esse contexto, empresários do setor da construção civil buscam caminhos para superar os gargalos estruturais e ampliar a oferta de empreendimentos viáveis. Um dos esforços recentes partiu do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário do Sul Fluminense (Sinduscon-SF), que levou uma comitiva regional para os dois maiores eventos da construção civil da América Latina: o ENIC 100 e a FEICON 2025, ambos realizados em São Paulo na última semana.
Durante a feira, realizada no São Paulo Expo, os empresários da região visitaram mais de 800 estandes de expositores nacionais e internacionais, além de participar de painéis técnicos e estratégicos sobre sustentabilidade, inovação e políticas públicas para habitação. O ENIC, promovido pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), somou mais de 200 horas de programação, com ênfase em temas como reforma tributária, eficiência energética e financiamento verde.
“Ao levarmos nossos associados para esse ambiente de inovação e articulação nacional, colocamos o Sul Fluminense no radar das grandes transformações do setor”, afirmou Anderson Garani, diretor do Sinduscon-SF. A presidente da entidade, Elissandra Candido, participou simultaneamente de uma missão internacional em Munique, Alemanha, voltada à imersão em novas tecnologias para a construção civil.
Maíra Mascarenhas, diretora do Grupo Aceplan e integrante da comitiva, ressaltou que a participação foi estratégica: “Tanto a FEICON quanto o ENIC nos aproximam de soluções que ainda estão fora da nossa realidade regional. Ver de perto tecnologias construtivas, debater a reforma tributária e conhecer práticas sustentáveis são passos fundamentais para preparar nossas empresas para o futuro.”
Ela destacou que o debate sobre a reforma tributária foi um dos momentos mais relevantes do ENIC. “As mudanças previstas terão forte impacto na precificação e na viabilidade de novos empreendimentos. É fundamental que o empresariado da nossa região esteja atento e se antecipe às transformações.”
A presença do Sinduscon-SF também reforça a representatividade institucional da região em pautas estratégicas no estado e no país. Historicamente, a entidade mantém interlocução ativa com a Firjan-RJ e com a própria CBIC. Segundo Maíra, isso amplia a capacidade de articulação da região junto ao poder público e ao mercado.
Em um momento em que o Sul Fluminense enfrenta não apenas um déficit habitacional expressivo, mas também o desafio de manter a competitividade diante dos custos crescentes e da burocracia, iniciativas como essa reafirmam o papel do Sinduscon-SF como agente impulsionador do desenvolvimento regional.
“Fazer parte do sindicato é estar conectado com o que há de mais importante no setor. É ali que nos atualizamos, trocamos experiências e buscamos soluções conjuntas para os entraves que enfrentamos todos os dias”, concluiu Maíra.
Foto Divulgação

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