Dólar fecha abaixo de R$ 5,70 e atinge menor nível em três meses, enquanto bolsa fica estável
- Marcus Modesto
- 18 de fev.
- 2 min de leitura
Apesar das oscilações ao longo do dia, o dólar registrou queda e voltou a fechar abaixo de R$ 5,70 nesta terça-feira (18), atingindo o menor patamar em mais de três meses. O movimento foi impulsionado por um leilão de linha realizado pelo Banco Central (BC) e pela valorização de commodities, que estimularam a entrada de recursos no mercado brasileiro. Enquanto isso, a bolsa de valores teve um dia de volatilidade, mas fechou praticamente estável.
O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 5,689, com uma queda de R$ 0,016 (-0,41%). A moeda norte-americana iniciou o dia em alta, chegando a R$ 5,72 por volta das 11h, mas perdeu força após o BC anunciar a venda de US$ 3 bilhões das reservas internacionais em um leilão de linha. Além disso, o Tesouro Nacional contribuiu para o cenário com a emissão de títulos de dez anos no mercado externo, no valor de US$ 2,5 bilhões, reforçando a confiança dos investidores no Brasil.
Com a queda, o dólar atingiu o menor nível desde 7 de novembro de 2024, quando era negociado a R$ 5,67. No acumulado de 2025, a moeda norte-americana já registra uma desvalorização de 7,93% frente ao real.
No mercado de ações, o índice Ibovespa, da B3, fechou aos 128.532 pontos, com uma leve queda de 0,02%, após três dias consecutivos de alta. O indicador chegou a subir 0,58% no início da tarde, mas recuou devido a movimentos de realização de lucros, quando investidores vendem papéis para garantir ganhos recentes.
No cenário internacional, o dólar apresentou valorização frente à maioria das moedas globais, mas caiu em relação ao peso colombiano, ao peso mexicano e ao real. A alta das commodities, como petróleo e minério de ferro, contribuiu para o fortalecimento das moedas de países exportadores, incluindo o Brasil.
O leilão de linha realizado pelo BC, no qual foram vendidos US$ 3 bilhões das reservas internacionais, foi a quarta intervenção cambial desde o início do ano, quando Gabriel Galípolo assumiu o comando da autoridade monetária. Esse tipo de operação envolve a venda de dólares com o compromisso de recompra pelo BC em alguns meses, ajudando a equilibrar o mercado.
A emissão de títulos do Tesouro Nacional no exterior também foi um fator positivo. O governo brasileiro conseguiu captar US$ 2,5 bilhões com uma taxa de juros de 6,75% ao ano, a maior em duas décadas. No entanto, o spread em relação aos títulos norte-americanos foi de 2,2 pontos percentuais, o menor desde 2019, refletindo uma melhora na percepção de risco do país.
O no ma dia foi marcado por uma combinação de fatores que reforçaram o real frente ao dólar, com destaque para as ações do BC e a valorização das commodities, enquanto o mercado de ações manteve-se estável após um período recente de ganhos.

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