Dólar recua e fecha no menor valor em seis meses após tarifaço de Trump; bolsas globais despencam
- Marcus Modesto
- 4 de abr.
- 2 min de leitura
O mercado financeiro teve uma reação mais branda do que o esperado nesta quinta-feira (3), após o anúncio da elevação das tarifas de importação pelo governo do ex-presidente Donald Trump. O dólar comercial caiu com força e encerrou o dia vendido a R$ 5,629, com recuo de 1,23%, atingindo o menor patamar desde 14 de outubro do ano passado. Já a bolsa brasileira teve um desempenho moderado, destoando das fortes quedas registradas nas principais bolsas internacionais.
Durante a manhã, o dólar chegou a ser negociado a R$ 5,59, mas voltou a subir levemente após investidores aproveitarem a cotação mais baixa para recompor posições. Mesmo assim, a moeda norte-americana acumula queda de 8,91% no ano de 2025, impulsionada por uma combinação de fatores externos e sinais de estabilidade no mercado doméstico.
No mercado acionário, o índice Ibovespa, principal indicador da B3, oscilou ao longo do dia, mas fechou praticamente estável, com leve baixa de 0,04%, aos 131.141 pontos. O comportamento contrastou com os mercados da Europa, Ásia e Estados Unidos, que reagiram com forte pessimismo às medidas protecionistas de Trump.
As novas tarifas impõem sobretaxas de 10% para produtos latino-americanos, 20% para a Europa e até 30% para mercadorias vindas da Ásia. A decisão gerou instabilidade nas bolsas globais e fez o dólar perder força em várias partes do mundo. O euro comercial, por exemplo, avançou 0,35% e fechou cotado a R$ 6,20.
Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street registraram quedas expressivas: o Dow Jones recuou 3,98%, o Nasdaq despencou 5,97% e o S&P 500 caiu 4,84%. O temor do mercado é que as novas tarifas prejudiquem a competitividade e os lucros das grandes empresas americanas, especialmente no setor de tecnologia.
No Brasil e em alguns países emergentes, no entanto, prevaleceu uma leitura mais otimista. A sobretaxa de 10% aplicada à América Latina foi vista como menos agressiva do que o mercado previa, o que ajudou a conter o pessimismo e favoreceu a valorização de moedas locais.
Apesar da cautela com os desdobramentos da política comercial norte-americana, analistas apontam que a reação contida do mercado brasileiro indica um certo grau de resiliência diante das turbulências externas.

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