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Depoimento ao STF expõe contradições sobre atuação da PRF nas eleições de 2022

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 27 de mai.
  • 2 min de leitura

O ex-diretor de operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Djairlon Henrique Moura, tentou se esquivar de responsabilidades durante depoimento nesta terça-feira (27) ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ouvido como testemunha de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, Moura negou qualquer “direcionamento” das ações da PRF para regiões específicas do país durante as eleições de 2022, quando surgiram denúncias de bloqueios e operações que dificultaram o transporte de eleitores, especialmente no Nordeste.


— Não houve um direcionamento para qualquer região que fosse — limitou-se a dizer, em resposta que soa cada vez mais desconectada das evidências já reunidas no processo.


O próprio histórico do depoente põe em xeque sua versão. Moura foi indiciado no ano passado pela Polícia Federal (PF) justamente por suspeita de participação em operações que, segundo relatos e investigações, tinham claro viés de interferência no pleito eleitoral. Por conta desse indiciamento, ele não prestou compromisso formal de falar a verdade — o que, por si só, já enfraquece a credibilidade de suas declarações.


O cenário se complica ainda mais quando se observa o depoimento da semana anterior de Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de inteligência da própria PRF. Alcântara, que atuou como testemunha de acusação, afirmou categoricamente que Moura ordenou a fiscalização focada em veículos com destino ao Nordeste — justamente a região onde, historicamente, o então candidato Lula tinha maior vantagem nas pesquisas e nas urnas.


Confrontado sobre isso, Moura admitiu ter orientado fiscalizações, mas tentou minimizar, afirmando que se tratava de uma ação anterior ao segundo turno, sem qualquer viés político. A tese, no entanto, parece cada vez mais frágil diante da sucessão de indícios, contradições e da própria cronologia dos fatos.


O depoimento é mais um capítulo das investigações que miram não apenas o ex-ministro Anderson Torres, mas todo um suposto esquema de tentativa de sabotagem do processo eleitoral e, por consequência, de ataque à democracia. O julgamento no STF segue, agora, pressionado por uma sociedade que observa, com indignação, os contornos sombrios de um episódio que manchou a história recente do país.


 
 
 

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