Deputado Glauber Braga inicia greve de fome e dorme no chão da Câmara em protesto contra processo de cassação
- Marcus Modesto
- 10 de abr.
- 2 min de leitura
O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) decidiu passar a madrugada desta quinta-feira (10) no chão do plenário de uma comissão da Câmara dos Deputados. A atitude é parte de um protesto contra o processo de cassação aberto contra ele no Conselho de Ética da Casa.
Durante a sessão que deliberou pela recomendação de sua cassação, Glauber anunciou que entraria em greve de fome e permaneceria na Câmara até a votação final em plenário. O deputado pretende continuar no local até que os colegas decidam se confirmam ou rejeitam a recomendação do Conselho de Ética.
O processo foi motivado por um episódio ocorrido no ano passado, quando Glauber se envolveu em uma agressão física contra um militante do MBL (Movimento Brasil Livre), dentro da própria Câmara.
Por volta de 0h40, a reportagem esteve no plenário onde o deputado se encontra. A equipe de Glauber autorizou a filmagem do espaço, mas pediu que imagens do deputado dormindo não fossem registradas.
Glauber está acompanhado por seis pessoas: quatro assessores de seu gabinete e dois apoiadores. Segundo os relatos de sua equipe, a decisão de iniciar o protesto foi tomada de forma solitária, sem consultar nem a bancada do PSOL nem seus familiares.
A própria esposa de Glauber, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), foi surpreendida pela atitude. Ela esteve com o marido até por volta das 23h, mas precisou retornar para casa para cuidar do filho do casal, de três anos de idade.
Para garantir a segurança durante a noite, a Câmara designou um policial legislativo para permanecer na porta do plenário.
Tumulto no Conselho de Ética
A reunião do Conselho de Ética que analisou o parecer do relator Paulo Magalhães (PSD-BA), favorável à cassação de Glauber, foi marcada por confusão e protestos. Apoiadores e militantes contrários à medida se manifestaram com veemência dentro e fora da sala.
Entre os presentes que demonstraram apoio ao deputado, estava o ator Marco Nanini, que acompanhou parte da sessão no plenário do Conselho.
A presença de Magalhães como relator também foi alvo de críticas, já que ele próprio protagonizou um episódio de agressão a um escritor dentro da Câmara, sem ter enfrentado processo semelhante ao de Glauber.

Comentarios