“Deputado José Olimpio Gasta Cota Parlamentar em Churrasco e Levanta Polêmica”
- Marcus Modesto
- 28 de abr.
- 2 min de leitura
A recente revelação de um gasto de R$ 273 com um rodízio de carnes em uma churrascaria da Barra Funda, em São Paulo, chama a atenção não apenas pelo valor, mas também pelo momento em que ocorreu. O deputado federal Missionário José Olimpio (PL-SP), que assumiu a vaga de Eduardo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, fez essa refeição logo após tomar posse, em um dos primeiros registros de suas atividades como parlamentar. O valor da refeição foi inicialmente pago por Olimpio, mas, posteriormente, o parlamentar solicitou o reembolso através da cota parlamentar, uma verba destinada ao custeio de despesas relacionadas ao exercício do mandato.
A cota parlamentar, instituída para cobrir custos como aluguel de escritório político, passagens aéreas e serviços de divulgação do mandato, tem sido alvo de debates sempre que o uso da verba é questionado. O reembolso de refeições, especialmente quando os valores são altos e sem justificativa clara, frequentemente gera desconforto na opinião pública. No caso de José Olimpio, o episódio é ainda mais problemático pelo fato de ser um dos primeiros gastos registrados pelo parlamentar, logo após a substituição de Eduardo Bolsonaro, que se afastou temporariamente da Câmara sob a alegação de “perseguição política” e migrou para os Estados Unidos.
Em um cenário de crescente desconfiança em relação aos gastos públicos, o uso da cota parlamentar para cobrir despesas como refeições em restaurantes de alto custo levanta sérias questões sobre a ética no uso de recursos públicos. A transparência desses gastos é essencial, mas não é suficiente para garantir que a verba seja utilizada de forma responsável. A falta de uma justificativa clara para esse gasto específico, além da ausência de um comentário público por parte do deputado até o momento, contribui para o aumento da desconfiança em relação à administração de recursos públicos por parte dos parlamentares.
O caso de José Olimpio é apenas um dos muitos episódios que expõem a fragilidade do sistema de controle sobre as cotas parlamentares. Embora a verba tenha uma finalidade legítima, a interpretação de suas regras e a fiscalização dos gastos continuam sendo pontos críticos que merecem uma revisão urgente. Em um momento em que a população exige mais transparência e responsabilidade fiscal, o episódio serve como um lembrete de que, quando se trata do uso de dinheiro público, a percepção de moralidade é tão importante quanto a legalidade.

Comments