Editorial: Barra Mansa abandonada e sem futuro
- Marcus Modesto
- 4 de mai.
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Marcus Modesto
Barra Mansa vive um dos momentos mais preocupantes de sua história recente. A cidade, que já foi polo industrial, referência em educação e celeiro cultural do Sul Fluminense, hoje amarga o abandono, a estagnação e a desesperança. Em vez de planejamento e compromisso com o futuro, o que se vê é uma gestão inerte, perdida entre discursos vazios e prioridades invertidas.
As ruas estão esburacadas, a iluminação pública falha, e os bairros — especialmente os mais afastados do centro — enfrentam um cotidiano de negligência. A juventude sem oportunidades assiste ao sucateamento das escolas e à ausência de políticas culturais consistentes. O que resta para os jovens de Barra Mansa, além da fuga para outras cidades?
O comércio local agoniza. Enquanto vizinhos como Volta Redonda e Resende avançam com projetos de mobilidade, inovação e estímulo à economia criativa, Barra Mansa ainda tropeça em burocracias básicas e obras paradas. O centro da cidade, que deveria pulsar como coração econômico e social, é um retrato do abandono: fachadas fechadas, calçadas quebradas, insegurança crescente.
Na saúde, faltam médicos, medicamentos e humanidade. Na cultura, sobram promessas. Na política, impera o improviso, muitas vezes disfarçado de “gestão técnica”, sem qualquer conexão real com as demandas urgentes da população.
Barra Mansa está sem rumo. Não há projeto de cidade, não há horizonte. E quando uma cidade perde a capacidade de sonhar com o futuro, perde também sua dignidade.
A pergunta que fica é: até quando a população vai tolerar esse descaso? O tempo da omissão já passou. É hora de cobrar, de exigir e de lembrar aos que ocupam cargos públicos que administrar uma cidade é muito mais do que cuidar da aparência — é, sobretudo, cuidar das pessoas.

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