Editorial: Mortes nas passagens de nível em Barra Mansa: até quando?

A tragédia anunciada voltou a acontecer. No último sábado, 29, mais uma vida foi perdida na passagem de nível da Ponte dos Arcos, em Barra Mansa. A vítima, um idosa de 73 anos, não teve chance diante do descaso histórico com a segurança da população. A cidade, cortada por trilhos de ferrovia, tem sido palco de acidentes fatais há décadas, e a negligência das autoridades é evidente. Até quando famílias terão que chorar a perda de entes queridos por uma omissão que poderia ser evitada?

Nos últimos dez anos, inúmeras vidas foram ceifadas nas passagens de nível do município. Segundo relatos da população, acidentes envolvendo pedestres e veículos são frequentes, mas pouco ou nada tem sido feito para resolver o problema. A implantação de uma passagem subterrânea, que permitiria a travessia segura da população, é uma demanda antiga e urgente, mas que segue ignorada pelo poder público.

O descaso das autoridades e o risco diário da população

A travessia da linha férrea em Barra Mansa é um desafio diário para os moradores. Crianças, idosos e trabalhadores precisam cruzar os trilhos sem qualquer garantia de segurança, em um cenário que lembra o abandono e a indiferença governamental. Em diversas cidades do Brasil e do mundo, soluções foram adotadas para minimizar os riscos, como passarelas e passagens subterrâneas. Em Barra Mansa, no entanto, parece que a vida dos cidadãos vale menos do que a burocracia e o desinteresse político.

A cada morte, as autoridades se limitam a lamentar e prometer soluções que nunca chegam. Enquanto isso, famílias são destruídas pela perda de entes queridos em acidentes evitáveis.

Furlani precisa sair da bolha e governar para o povo

O prefeito Luiz Furlani não pode mais se esconder atrás de vídeos ensaiados e discursos vazios para sua bolha de apoiadores. A realidade das ruas exige ação, e não marketing. Enquanto ele segue investindo tempo e energia em autopromoção, a cidade continua enfrentando problemas estruturais gravíssimos, como as mortes recorrentes nas passagens de nível.

O pedido por uma passagem subterrânea na região da Ponte dos Arcos não é novo. Moradores e especialistas em mobilidade urbana defendem a construção da estrutura como medida fundamental para evitar tragédias. O mais revoltante é que essa solução já esteve prevista no projeto original do pátio de manobras, junto com uma ciclovia, mas foi retirada pelo ex-prefeito Roosevelt Brasil.

Furlani precisa explicar o que pretende fazer para corrigir esse erro e proteger a população. Sua gestão será lembrada por atitudes concretas ou apenas por vídeos bonitos e promessas vazias?

Chega de tragédias anunciadas

O que falta para que essa obra saia do papel? Orçamento? Vontade política? Pressão popular? Se nada for feito, a pergunta que deve ser feita não é “se” mais alguém morrerá nas passagens de nível de Barra Mansa, mas sim “quando” será a próxima vítima.

A população não pode mais tolerar esse descaso. O prefeito Furlani foi eleito para governar, não para fazer show nas redes sociais. É hora de trabalho sério, de enfrentar os problemas e buscar soluções. Chega de tragédias anunciadas. É hora de ação.

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