Eduardo Bolsonaro e o ataque à Polícia Federal: imunidade parlamentar ou afronta institucional?
- Marcus Modesto
- 11 de fev.
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A abertura de um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) contra Eduardo Bolsonaro pela Polícia Federal levanta um debate crucial sobre os limites da imunidade parlamentar e a responsabilidade de agentes públicos. O deputado, que é escrivão licenciado da PF, está sendo investigado por ataques ao delegado Fábio Shor, responsável pelo inquérito que indiciou Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
Em vez de apresentar uma defesa embasada, Eduardo optou por dobrar a aposta: publicou um vídeo repetindo os xingamentos e reafirmou sua disposição de perder benefícios funcionais em nome da sua narrativa política. O tom é o mesmo de outros aliados do ex-presidente, como Marcel Van Hattem, também investigado por chamar o mesmo delegado de “bandido” no plenário da Câmara.
O episódio evidencia uma tática recorrente: desacreditar instituições que contrariam interesses políticos, especialmente a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal. A invocação da imunidade parlamentar como escudo para ataques pessoais contra autoridades reforça a impressão de que esses discursos não são meras críticas, mas parte de um esforço coordenado para minar a credibilidade das investigações.
O PAD contra Eduardo Bolsonaro não é uma questão de opinião política, mas de conduta funcional. Se ele, como servidor público licenciado, usou sua posição para deslegitimar um delegado no exercício de sua função, a apuração é mais do que justificada. Afinal, o direito à crítica não pode se confundir com o direito ao ataque institucional impune.

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