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Enquanto Barra do Piraí Enfrenta Calamidade Financeira, Câmara Municipal Abre Licitações Milionárias para Regalias dos Vereadores

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 20 de mar.
  • 2 min de leitura

Em um momento em que Barra do Piraí vive uma crise financeira declarada oficialmente pela prefeita Kátia Miki (Solidariedade), a Câmara Municipal parece seguir em uma realidade paralela. Apesar do decreto de calamidade financeira por 180 dias, anunciado em janeiro, os vereadores decidiram abrir os cofres públicos para bancar um pacote de luxos e mordomias que, se concretizados, vão custar impressionantes R$ 1.244.126,96 aos cofres públicos.


Entre as licitações em andamento, destaca-se um pregão para a compra de uma farta lista de gêneros alimentícios sofisticados para o lanche dos 11 vereadores. Pão de batata, presunto cozido sem capa de gordura, queijo minas, requeijão cremoso e até frutas selecionadas, como uvas, maçãs, peras e bananas, estão na lista. Ao todo, a Câmara pretende gastar R$ 104.602,96 ao longo de 12 meses apenas para garantir que os parlamentares desfrutem de lanches dignos de um banquete.


A justificativa oficial? Segundo a Câmara, os itens são necessários para “o bom andamento das atividades” – como se a produtividade dos vereadores dependesse da qualidade do presunto ou do pão de queijo servido durante as reuniões, que, vale destacar, acontecem apenas duas vezes por semana.


Aluguel de Carros: Um Custo de R$ 904 Mil ao Ano


Se os lanches já chamam atenção pelo desperdício em tempos de crise, a farra com o aluguel de veículos beira o absurdo. Em outro pregão, previsto para o dia 31 de março, a Câmara planeja gastar R$ 904 mil para alugar 13 carros zero quilômetro – dois modelos sedã turbo para uso administrativo e 11 hatchbacks, um para cada vereador.


E, claro, os carros precisam de combustível. Por isso, a Câmara abriu ainda um terceiro pregão, que acontecerá no dia 25 de março, para a compra de 36 mil litros de gasolina e 24 litros de óleo lubrificante sintético, ao custo estimado de R$ 235.524,00 por ano.


A população que enfrenta dificuldades em serviços básicos, como saúde e infraestrutura, vê a Câmara Municipal esbanjar recursos públicos para manter o conforto dos parlamentares em plena crise financeira.


Autonomia ou Desconexão com a Realidade?


Em nota oficial, o presidente da Câmara, Rafael Couto (MDB), tentou justificar os gastos milionários, afirmando que o Legislativo tem “autonomia administrativa e financeira” e que os processos seguem as normas da Lei Federal n.º 14.133/2021. A nota ainda ressalta que os itens do pregão são “por sistema de registro de preços”, ou seja, podem ou não ser adquiridos – um detalhe técnico que, na prática, não alivia o peso dessas despesas para os cofres públicos.


O discurso de “independência dos poderes” soa vazio diante da realidade de um município que declarou não ter recursos para manter serviços essenciais. Se a população sofre com a crise, os vereadores de Barra do Piraí parecem viver em uma bolha de privilégios, onde o luxo é prioridade, e a responsabilidade fiscal, uma mera formalidade burocrática.


Enquanto isso, resta à população acompanhar a farra dos vereadores e se perguntar: até quando o interesse público será deixado em segundo plano para sustentar o conforto de poucos?




 
 
 

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