Estacionamento rotativo em Barra Mansa vira armadilha silenciosa para motoristas
- Marcus Modesto
- há 2 dias
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Em Barra Mansa, estacionar nas ruas do Centro e do bairro Ano Bom tem se tornado um exercício de risco para motoristas, principalmente os que não estão familiarizados com o sistema rotativo implantado na cidade. Funcionando de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, e aos sábados até o meio-dia, o sistema cobra R$ 2,50 por hora, com tempo máximo de permanência que varia entre 2 e 4 horas, conforme a sinalização — quando ela existe. Aos domingos e feriados, o estacionamento é gratuito.
Apesar da cobrança, não há monitores nas ruas para orientar os condutores. Todo o sistema é eletrônico e operado de forma remota, sem contato humano. O pagamento só pode ser feito por meio de um aplicativo de celular, exigindo que o usuário escaneie um QR code presente em placas fixadas nos postes. O problema? Muitas dessas placas estão em locais altos, de difícil alcance ou visibilidade, o que dificulta — ou até impede — o pagamento por quem tem limitações físicas, é idoso ou não possui familiaridade com tecnologia.
Em vez de orientar, a Prefeitura e a empresa concessionária têm adotado uma postura punitiva. Um veículo equipado com câmeras percorre as ruas registrando as placas dos carros, aplicando automaticamente as multas aos que não realizarem o pagamento eletrônico — mesmo que por falha no sistema ou na sinalização.
Para agravar a situação, vagas destinadas a idosos e pessoas com deficiência simplesmente desapareceram em vários trechos, sendo substituídas por vagas rotativas comuns, como se os direitos garantidos por lei fossem descartáveis.
O que deveria ser uma medida para organizar o trânsito se tornou uma fonte silenciosa de arrecadação. Falta transparência, acessibilidade e, principalmente, respeito com o cidadão. A ausência de monitores, a sinalização precária e a cobrança digital obrigatória criam um cenário de desinformação e punição.
É urgente que a Prefeitura de Barra Mansa reveja esse modelo. O estacionamento rotativo não pode continuar funcionando como uma armadilha eletrônica camuflada de serviço público.

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