Estelionato travestido de solidariedade: falso motoboy do Lar dos Velhinhos é preso em flagrante em Volta Redonda
- Marcus Modesto
- 14 de mai.
- 2 min de leitura
A manhã desta terça-feira (13) foi marcada por uma operação certeira da Polícia Civil em Volta Redonda. Agentes da 93ª DP, sob comando do delegado titular Dr. Vinicius de Mello Coutinho e do delegado Dr. José Carlos Pereira Neto, prenderam em flagrante Gleyson, de 41 anos, acusado de aplicar golpes em nome do Lar dos Velhinhos, uma das instituições filantrópicas mais respeitadas da cidade.
A prisão aconteceu na Ponte Pequetito Amorim, no bairro Aterrado, após o sistema de monitoramento por câmeras da prefeitura emitir alerta ao identificar a motocicleta conduzida pelo suspeito. Gleyson já era alvo de investigação por estelionato (Artigo 171 do Código Penal), depois que o diretor da instituição denunciou que ele se apresentava como funcionário da casa de repouso e recolhia doações sem autorização.
Segundo o diretor, desde 2019 o Lar dos Velhinhos não utiliza serviço de motoboy para arrecadação de recursos. As doações são feitas apenas via PIX ou transferência bancária. Mesmo assim, diversas pessoas relataram terem contribuído com quantias em dinheiro após abordagens de Gleyson, acreditando estar ajudando a entidade. O golpe ficou evidente quando alguns desses doadores solicitaram recibos para dedução do Imposto de Renda e descobriram que não havia qualquer registro da contribuição.
Durante a abordagem, os agentes encontraram fichas cadastrais com o nome da instituição e a quantia de R$ 634,00. Gleyson alegou trabalhar para o Lar dos Velhinhos, mas não soube explicar como o dinheiro seria destinado à entidade. As fichas apreendidas estavam datadas entre 2023 e 2024, sem qualquer controle recente, reforçando a suspeita de que a fraude era recorrente.
Mais do que um crime financeiro, trata-se de um ataque à confiança coletiva e à solidariedade de uma comunidade que historicamente se mobiliza em prol dos mais vulneráveis. Ao explorar a boa-fé dos cidadãos e se aproveitar do nome de uma instituição séria, Gleyson não apenas cometeu um golpe, mas manchou a imagem de uma causa nobre.
A prisão é um alívio, mas também um alerta. É preciso atenção redobrada quanto às formas de doação e aos canais oficiais das instituições. O combate a esse tipo de crime passa também pela consciência coletiva e pela denúncia rápida de atitudes suspeitas. Gente como Gleyson se alimenta do silêncio e da ingenuidade — e deve ser combatida com informação e ação firme da Justiça.

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