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EUA e China escalam guerra comercial e colocam economia global em xeque

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 9 de abr.
  • 2 min de leitura

A disputa comercial entre Estados Unidos e China atingiu um novo e perigoso patamar nesta quarta-feira (9), com o anúncio de que o governo chinês elevará para 84% as tarifas sobre produtos importados dos EUA. A nova alíquota, que entra em vigor já nesta quinta-feira (10), é uma resposta direta ao tarifaço de 50% imposto por Washington sobre produtos chineses, que elevou a carga total a impressionantes 104%.


A escalada tarifária é mais um capítulo da guerra comercial iniciada pela retórica protecionista do presidente Donald Trump, que vem utilizando tarifas como instrumento de pressão política e econômica contra seus principais parceiros comerciais. Na semana passada, Trump lançou um pacote tarifário agressivo que atinge mais de 180 países, com alíquotas que variam entre 10% e 50%. A China foi duramente atingida, recebendo uma tarifa de 34% — somada aos 20% já vigentes.


A resposta de Pequim foi imediata. Além de igualar as tarifas impostas pelos EUA, o governo chinês deixou claro que está preparado para retaliar “até o fim”, como afirmou um porta-voz do Ministério das Relações Internacionais. A mensagem foi reforçada por um documento oficial em que a China exige diálogo com “respeito, igualdade e benefício mútuo” — princípios que Pequim alega estarem sendo violados pela Casa Branca.


O impasse não apenas aprofunda a tensão entre as duas maiores economias do mundo, como ameaça desestabilizar o comércio global. A China levou a questão à Organização Mundial do Comércio (OMC), expressando “profunda preocupação” com o unilateralismo norte-americano. Segundo comunicado enviado à entidade, as ações de Washington representam uma “medida imprudente” com potencial de desorganizar o sistema multilateral de comércio.


Em meio à retórica inflamada e à falta de disposição real para o diálogo, a guerra comercial assume contornos perigosos. Empresas globais já sentem os efeitos do clima de incerteza, cadeias produtivas começam a se reorganizar às pressas, e o consumidor, em breve, deverá pagar a conta com produtos mais caros e menor oferta.


No tabuleiro geopolítico, a disputa ultrapassa as fronteiras do comércio. O que está em jogo é a hegemonia econômica global em um mundo cada vez mais multipolar, onde nem China nem EUA parecem dispostos a ceder. O risco, agora, é que a arrogância de ambos os lados transforme uma disputa comercial em uma crise econômica de proporções mundiais.




 
 
 

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