EUA elevam tarifas contra a China a até 245% e aumentam tensão na guerra comercial
- Marcus Modesto
- 16 de abr.
- 2 min de leitura
EUA elevam tarifas contra a China a até 245% e aumentam tensão na guerra comercial
A guerra comercial entre Estados Unidos e China ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (15), com a divulgação de um documento oficial pela Casa Branca informando a aplicação de tarifas que podem chegar a 245% sobre produtos chineses. Segundo o governo norte-americano, o aumento seria uma resposta às “ações retaliatórias” adotadas por Pequim nas últimas semanas.
O comunicado não detalha os critérios utilizados para calcular a taxa máxima, mas apresenta as medidas como parte da política econômica do ex-presidente Donald Trump, voltada a “nivelar o campo de atuação e proteger a segurança nacional dos EUA”.
Questionado por jornalistas, o ministro das Relações Exteriores da China, Lin Jian, reagiu com ironia à escalada tarifária. “Podem perguntar ao lado americano o valor específico das tarifas”, disse, segundo o jornal estatal Global Times. Lin reiterou que a China manterá sua posição firme diante das medidas unilaterais.
A tensão entre as duas maiores economias do mundo se intensificou desde o dia 2 de abril, quando Trump anunciou uma tarifa generalizada de 10% sobre produtos de mais de 180 países, com alíquotas ainda mais elevadas para nações com grandes déficits comerciais com os EUA. No caso da China, uma tarifa inicial de 34% somou-se a outras já em vigor, alcançando o patamar de 54%. Pequim reagiu com a aplicação de tarifas semelhantes a produtos norte-americanos.
A escalada continuou. No dia 8, os EUA impuseram mais 50 pontos percentuais sobre produtos chineses, elevando a tarifa para 104%. Dois dias depois, nova rodada de aumentos elevou o total para 125%. A China respondeu em sequência, igualando os percentuais em cada etapa.
A taxa de 245% anunciada nesta terça-feira representa, de acordo com autoridades americanas, o acúmulo de todas as medidas tarifárias e retaliatórias impostas especificamente à China desde o início do novo ciclo de tensões.
Apesar do cenário de conflito comercial aberto, Washington afirma que ainda está aberta ao diálogo. “O presidente deixou claro que está disposto a fazer um acordo com a China, mas a China também precisa querer negociar com os EUA”, declarou Katherine Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca.
Enquanto isso, os efeitos das tarifas já se fazem sentir nas cadeias globais de produção, pressionando mercados em diversos setores estratégicos, sem que haja sinais concretos de uma possível trégua no horizonte próximo.

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