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EUA enfrentam novo shutdown após impasse entre Trump e Congresso

  • Foto do escritor: Marcus Modesto
    Marcus Modesto
  • 1 de out.
  • 2 min de leitura

O governo dos Estados Unidos entrou nesta quarta-feira (1º) em uma nova paralisação parcial, conhecida como shutdown, após o fracasso das negociações entre o presidente Donald Trump e o Congresso sobre o orçamento federal. A medida começou depois que o Senado rejeitou uma proposta de financiamento temporário que manteria as agências em funcionamento até novembro.


Esta é a primeira paralisação desde 2019, quando o país enfrentou o mais longo shutdown da história, com 35 dias de duração. A atual crise ameaça impactar diretamente centenas de milhares de funcionários públicos e gerar prejuízo estimado em US$ 400 milhões por dia, em salários retidos e serviços interrompidos.


Efeitos imediatos


Com a suspensão das operações, cerca de 750 mil servidores federais podem ser colocados em licença temporária, enquanto o pagamento das tropas ficará suspenso. Também serão afetados o tráfego aéreo, a divulgação de indicadores econômicos e o andamento de pesquisas científicas financiadas pelo governo.


Trump, que já havia anunciado um plano para reduzir em até 300 mil o número de servidores até dezembro, afirmou que o shutdown pode abrir caminho para cortes definitivos em programas sociais e no funcionalismo público.


O impasse no Congresso


O bloqueio orçamentário ocorreu após os democratas rejeitarem a medida provisória por não incluir a prorrogação de benefícios de saúde para milhões de estadunidenses, que expiram no fim do ano. Os republicanos defenderam que a questão fosse discutida separadamente, sem atrelar o tema ao orçamento.


“O que mudou é que o presidente Trump está na Casa Branca. É disso que se trata. Isso é política. E não há nenhuma razão substantiva para que haja uma paralisação do governo”, disse o senador republicano John Thune.


Já o líder democrata Chuck Schumer acusou os republicanos de pressionar a oposição. “Tudo o que eles querem fazer é tentar nos intimidar. E eles não vão ter sucesso”, afirmou.


O orçamento em disputa


O impasse envolve US$ 1,7 trilhão destinados ao funcionamento das agências federais, cerca de um quarto do orçamento total de US$ 7 trilhões. O restante dos recursos é voltado principalmente para saúde, aposentadorias e pagamento de juros da dívida pública, hoje em US$ 37,5 trilhões.


Especialistas alertam que a paralisação pode se estender ainda mais que a de 2019, diante das ameaças de Trump e seus aliados de promover cortes permanentes em cargos e programas sociais.


Polarização política e incertezas


Para o cientista político Robert Pape, da Universidade de Chicago, o ambiente político radicalizado dificulta qualquer possibilidade de acordo. Ele destacou que a recente escalada de violência política, como o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, e o fortalecimento das alas extremistas de ambos os partidos aumentam o risco de prolongamento da crise.


“As regras da política estão mudando radicalmente e não podemos prever onde isso vai terminar”, avaliou Pape. “Cada lado teria que recuar contra dezenas de milhões de apoiadores fiéis e agressivos, o que torna qualquer concessão quase impossível.”


Com as eleições legislativas de 2026 no horizonte, democratas e republicanos seguem em confronto direto, sem sinal de consenso para reabrir o governo norte-americano.


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